Matéria de Leonardo Lourenço, do Portal da Copa.

Quando o Brasil foi escolhido pela Fifa para sediar a 20ª Copa do Mundo, em 2007, dois amigos de Campinas, a 100 km de São Paulo, decidiram que fariam de tudo para acompanhar o maior número possível de jogos. O tempo passou, os planos foram mantidos, mas o temor de que os preços das passagens aéreas e os de hospedagem pudessem complicar o projeto fez ambos decidirem por não depender de aviões ou hotéis. Dependeriam, no máximo, de um mecânico.

Isso porque os bancários Peter Frank Furlan e André Lopes, ambos de 35 anos, arremataram em um leilão uma Kombi que os levará a seis cidades-sede para assistirem a sete partidas – duas das quais eles ainda não têm ingressos. O veículo, comprado há cerca de um ano e meio, custou R$ 11.500, valor que somado ao da necessária reforma no carro e dos bilhetes já foi atualizado para R$ 20 mil.

A conta feita pelos bancários indica uma viagem de 4 mil km a bordo da Kombi, hoje bem mais equipada do que na época em que foi adquirida. “Pegamos ela num leilão. Pertencia a uma usina de cana-de-açúcar”, conta Furlan. “Ela estava bem judiada, mas agora temos uma estrutura de motorhome. Tem um beliche, um baú, gerador, colchão de ar. Tudo o que precisamos para dormir nela ou acamparmos”.

O primeiro trecho da aventura, porém, a Kombi fará na carroceria de um caminhão cegonha. Ela partiu de Campinas no dia 26 de maio e será resgatada pelos amigos em Fortaleza. Eles partem para a capital cearense, de avião, em 13 de junho.

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No Castelão, os torcedores assistirão a dois jogos: Uruguai x Costa Rica, no dia 14, e Brasil x México, 17. A Kombi decorada em verde e amarelo, então, partirá para Natal, onde Furlan e Lopes acompanham Japão x Grécia na Arena das Dunas dois dias depois. A partir daí, é mata-mata: oitavas-de-final no Recife (29), quartas-de-final em Salvador (5 de julho), semifinal em Belo Horizonte (8) e a decisão no Rio de Janeiro (13).

A Kombi estava bem judiada, mas agora temos uma estrutura de motorhome. Tem um beliche, um baú, gerador, colchão de ar”. Peter Frank Furlan, bancário.

Para esses dois últimos jogos os amigos ainda não têm ingresso. “Estamos tentando de algum modo, mas se não der vamos para as Fan Fests”, diz Furlan. “Estamos ansiosos pela Copa. Somos totalmente otimistas com a seleção brasileira, concordamos com os nomes convocados, com o time que o Felipão montou. Dessa vez não tem Maracanazzo”, prevê Furlan.

Para quem quiser acompanhar os melhores momentos da viagem, os campineiros prometem atualizar seu site e fanpage com fotos e vídeos. Com título brasileiro ou não, o destino da Kombi após a Copa já foi definido. “Nossa ideia inicial era vender e dividir o dinheiro. Mas pegamos amor na bichinha, não vai dar para se desfazer. Vamos usá-la para levar a família para viajar”, garante Furlan. É só o começo de uma história.

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