O aniversário de 60 anos de Zico, neste dia 3 de março, também vai ter festa em Caicó (RN). Mais precisamente na casa de Zicomengo, o integrante mais famoso da família mais flamenguista que existe – possivelmente a família mais louca do Brasil. Para eles, Zico não é só um ídolo, é um Deus.

E não é à toa. Zicomengo Santos e mais três irmãos carregam no nome o orgulho de torcer Flamengo. Nascido em 1979, em meio ao auge da carreira do camisa 10, ele foi seguido por Francifla (1981), Flamozer (1984) e Flamena (1986). Todos filhos do pipoqueiro Francisco Domingos dos Santos, o Chico Tucano, flamenguista sem limites na paixão.

Essa tradição começou com Zicomengo, dono de curiosa junção de nomes. Mas nasceu antes disso, e por ironia com a alcunha de dois jogadores que não defenderam o Flamengo. Inspirados no sobrenome da família, os dois primeiros filhos foram batizados de Nilton e Djalma Santos. O terceiro seria Garrincha, mas por promessa da mãe, Geralda, virou Emanuel Roberto.

“Era o Garrincha do Flamengo, e não o do Botafogo. Que fique claro”, salienta Zicomengo, o líder da família desde a morte do pai, em 2007, aos 64 anos. Ser flamenguista é regra entre os Santos. A exceção é Emanuel – justo um vascaíno. “Ele é a ovelha negra”, brinca Zicomengo. “O coitado sofre”.

E deve sofrer mesmo. A casa da família, no bairro Boa Passagem, lembra a sede do clube. As paredes são rubro-negras. Diversos quadros de ídolos e times campeões completam a decoração. “Dia de jogo do Flamengo é que nem arquibancada”, conta o torcedor, que hoje coordena o projeto Zicomengo, com aulas de futebol para 150 jovens.

Meu pai foi o flamenguista mais louco que já existiu”, diz Zicomengo. Alguém duvida?

Todos são já adultos e se divertem com os nomes, mas na infância isso causou muita confusão. E, naturalmente, em virtude da paixão em exagero, eles se tornaram o alvo predileto após derrotas do Flamengo. “Faltei a muita aula. Se eu fosse, ninguém me deixava quieto. Todo mundo pegava no meu pé”, relembra Zicomengo.

Logo a fama da família foi além de Caicó. Em 1999, eles foram até São Paulo participar do programa de Jô Soares. Em 2009, Zicomengo foi levado ao Rio de Janeiro pela TV Globo. Visitou a sede do clube e bateu papo com ídolos como Adriano e Léo Moura. “Já fomos entrevistados trocentas vezes”, tenta enumerar.

Reencontrar Zico ainda está na lista de sonhos não realizados por Zicomengo. Eles já se cruzaram, em 1997, em Natal. Com tanta gente em cima, ficou difícil aproveitar o momento. “Foram cinco minutos. Ele me disse que aquilo era uma prova do reconhecimento profissional”, puxa na memória.

A tradição dos nomes, porém, não avançou à terceira geração da família. Dentre os netos de Chico Tucano, o único com referência futebolística é Kleberson, filho de Nilton Santos, nascido em 2003. Solteiro, Zicomengo está à procura de namorada. Enquanto isso, o batismo dos filhos já está decidido. Um será Francimengo. Já o nome preferido não podia ser outro… Flamengo, claro!

Campanha da Nike com a família de Zicomengo: