Documentário discute futuro do Pacaembu
Agora que todos os clubes paulistanos têm casa própria, o que será do Pacaembu?
2014 marcou a inauguração das arenas de Corinthians e Palmeiras. Agora que todos os clubes paulistanos têm casa própria, fica o questionamento sobre o destino do Pacaembu, o estádio público da cidade. Esse cenário foi antecipado em 2012, bem antes das Copas das Confederações e do Mundo, com o lançamento do documentário “Pacaembu – O Gigante sem Dono”.
Trabalho de conclusão de curso de Jornalismo na PUC Campinas, o filme de Plácido Berci, Pedro Maues e Vinícius Conde resgata a história septuagenária do estádio. E lança um olhar sobre sua subutilização com a chegada do Itaquerão e do Allianz Parque, que passam a fazer companhia ao Morumbi e ao Canindé, outros estádios privados de São Paulo.
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O trabalho, feito durante 10 meses, é uma aula a repórteres experientes, com entrevistas com ídolos bastante blindados como Pelé e Neymar, além do belo achado do casal Biluca e Altino, presente na inauguração do Pacaembu, em 1940. Além disso, os então estudantes entrevistaram quem sempre sofreu com a existência do estádio – seus vizinhos, acuados em casa principalmente em dia de clássico.
Ao todo, foram 4 horas de material gravado. “Trinta minutos são o limite determinado pela faculdade para documentários, o que dificultou a abordagem de temas tão relevantes, como a participação na Copa de 1950, os Jogos Pan-Americanos de 1963 e o único Ponte Preta x Guarani fora de Campinas”, pontua Pedro Maues, que junto com os amigos financiou toda a produção.
“Me espantou a disponibilidade do Zé Maria, ex-lateral do Corinthians. Ligamos para ele pela primeira vez num dia de semana às 14h, e às 15h30 estávamos na frente do Pacaembu gravando”. (Plácido Berci, sobre os bastidores das entrevistas)
Merecidamente, o documentário recebeu menção na ESPN Brasil e no SporTV. E foi exibido no Museu do Futebol, no Pacaembu, em seu aniversário de 73 anos, em 2013. Por questão de direitos autorais, porém, não houve venda em DVD. “Nossos termos de cessão de imagens eram acadêmicos. Uma pena, porque o filme teria uma dimensão muito maior”, lamenta Plácido Berci.
Disponibilizado no Youtube, o documentário cumpriu seu papel social ao alertar a população paulistana sobre o destino de patrimônio público com valor afetivo inestimável. “O que será do estádio daqui pra frente?”, questiona um dos entrevistados, o jornalista Celso Unzelte, pergunta que permeia todo o filme. Dois anos depois do lançamento, a resposta está próxima.
Fanpage do projeto:
www.facebook.com/pacaembuogigantesemdono
Veja o documentário na íntegra:
Pacaembu – O Gigante sem Dono
Duração: 30 min.
Gênero: Documentário.
Ano: 2012.
Direção, Produção e Roteiro: Plácido Berci, Pedro Maues e Vinícius Conde.
Texto e Narração: Plácido Berci.
Trilha Sonora Original: Pedro H. Paschoetti e Denis Souza Cruz.
Imagens: Plácido Berci, Rodrigo Gianesi, Danilo Leone e Bruno Schubert.
Orientação: Amarildo Carnicel.
Colaboração: Ana Carolina P. Lima, Osvaldo Luís e Rogério Bazi.
Entrevistados (por ordem de aparição): Celso Unzelte, Dona Biluca e Seu Altino (presentes na inauguração), Dudu (ex-jogador Palmeiras), Wladimir (ex-jogador Corinthians), Seu Flor (funcionário Pacaembu), Pelé, Luisão (funcionário Pacaembu), Edson (funcionário Pacaembu), Zé Maria (ex-jogador Corinthians), Jair Picerni (treinador), Neymar, Alessandro (jogador Corinthians), Clara Azevedo (diretora Museu do Futebol), Mauro Castro (diretor Pacaembu), Marco Aurélio Cunha (vereador SP) e Maria de La Asuncion (diretora Associação Viva Pacaembu).
Leia também:
www.verminososporfutebol.com.br/dica-cultural/25-melhores-filmes-sobre-futebol
5 respostas para “Documentário discute futuro do Pacaembu”
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Pacaembu já foi casa de todos, mas hoje é um estádio de ninguém. Que continue assim, ao invés de ser repassado à terceiros, pois é um complexo público de todo paulistano e visitante brasileiro, e até turistas estrangeiros, pela sua importância e tradição histórica. Celso Unzelte, como sempre, muito categórico. Concordo completa e plenamente com o Marco Aurélio Cunha. E por incrível que pareça, também concordei com o Pelé, pois, apesar de ser do litoral, não vejo uma solução melhor até mesmo ao próprio Santos, do que adotar o Pacaembu como casa oficial. A criação do museu teve como fundamento imortalizar o estádio, mas atualmente está servindo mesmo para defini-lo. Este templo essencial ao futebol merece voltar a ser utilizado.
Um lindo estádio que tem um importante e interessante museu. abraços
Valeu, Rodrigo!
Deveria ser reformado e usado como sede na Copa.
Seria como um Maracanã no RJ, com os clubes podendo usá-lo.
Mas não, foram lá construir um pro Corinthians e agora quero ver o que vão fazer com o Pacaembu.
Tem toda razão, Daniel.