André Elias fala do orgulho de criar o Elifoot, game que conquistou uma geração
Foi em Portugal onde nasceu o 1º game de gerenciamento de futebol sucesso no Brasil
Por André Vidiz, do Sem Firulas
Quem tem entre 25 e 35 anos e gosta de futebol ou de videogames certamente se lembra do Elifoot. Mais do que se lembrar, é muito provável que essa pessoa tenha um carinho especial pelo jogo, de modo que a simples menção deste enigmático nome faça com que um sorriso surja espontaneamente no rosto da, agora nostálgica, pessoa. O primeiro grande jogo estilo manager marcou época e até hoje é citado nas rodas de torcedores.
Pois bem, ele agora está de volta, tanto para PC quanto para celular (viva o mundo digital, que faz com que aquilo que parecia ultrapassado ontem seja considerado moderno hoje!). Para resgatar sua história o Sem Firulas conversou com a mente por trás dessa verdadeira obra-prima! Com vocês: o português André Elias!
- Leia também:
-
Dica cultural
Patch de game oferece 195 times do Brasil
Viagem no tempoJogue o game SuperStar Soccer no celular
Viagem no tempo15 patrocínios de games em camisas
Deu a loucaFãs atualizam game SuperStar Soccer
André Vidiz – Oi André, é um prazer para o Sem Firulas falar com você. Primeiro gostaríamos de agradecê-lo pelo Elifoot II e Elifoot 98, eles certamente mudaram a infância e a relação com o futebol de milhares de brasileiros. A sensação de dirigir um time era algo lúdico e recompensador, e pensar que o jogo atingia isso de maneira tão simples torna tudo ainda mais mágico. Qual era a importância da simplicidade para o jogo? Você alguma vez pensou em deixá-lo mais complexo?
André Elias – Bom dia e muito obrigado pela entrevista. O Elifoot iniciou para o ZX Spectrum em 1987, muito popular na Europa, prosseguindo depois para o PC em 1990 como Elifoot I e posteriormente como Elifoot II. Na realidade era simples, e desta forma se passava uma tarde jogando sem cansar.Vidiz – O Elifoot 98 foi certamente o mais famoso da série, mas antes dele o Elifoot II encantou muitos garotos que começavam a se aventurar no mundo digital. Como foi a história do Elifoot I?
Elias – O Elifoot I foi o primeiro Elifoot para PC. Na realidade sempre se chamou apenas Elifoot. A versão II foi uma evolução, com introdução da cor e organização melhor do interface.Vidiz – No final dos anos 90, pagar por qualquer coisa virtual parecia fora de propósito e não havia transações online de cartão de crédito. Nesse cenário o Elifoot 98 propunha que os usuários comprassem licenças. Como foi a procura por elas? Como você encarou o surgimento de geradores de licenças grátis na época? E hoje, como vê a situação?
Elias – O valor tinha de ser enviado por correio, ou alternativamente por depósito ou transferência bancária, pois não havia transações eletrônicas na altura. O Elifoot disponibilizou o pagamento com cartão de crédito em 2002. Os geradores de licenças contribuem para a pirataria, mas isso acabou por tornar o Elifoot um clássico, pois todos jogaram. E esse é o problema do balanceamento entre número de jogadores e rentabilidade.“Os geradores de licenças contribuem para a pirataria, mas isso acabou por tornar o Elifoot um clássico, pois todos jogaram”. (André Elias)
Vidiz – E do lado contrário, você teve algum problema? Algum time, jogador ou campeonato reclamou de ter seus nomes usados no jogo?
Elias – Nenhum.Vidiz – Os jogadores de Elifoot observavam os acontecimentos do jogo e com base neles montavam teorias e crenças a respeito de seu funcionamento, mais ou menos como fazemos na vida real com tantos assuntos. Você se sentia um pouco como Deus, vendo essas teorias e sendo o único com acesso direto à verdade?
Elias – O segredo do Elifoot é que eu nunca tive acesso direto à verdade. Compare-me ao inventor do xadrez: o jogo é simples, mas há melhores jogadores do que o inventor. O sucesso foi isso mesmo, o Criador teve de aprender a jogar.Vidiz – Quais dessas teorias você mais gostava?
Elias – Inventavam todo o tipo de teorias, dependia dos resultados que cada um obtivesse. Táticas, substituições, tudo e mais alguma coisa.Vidiz – Você pode revelar um pouco a respeito do funcionamento do jogo? Muita gente nos pediu para perguntar se a tática usada interferia na quantidade de gols marcados e sofridos ou se era melhor ir sempre de Alt+M, se o nome do jogador mudava a sua performance (quem nunca colocou o próprio nome no Ole Gunnar e viu o atacante perder seu talento?), como era calculado o resultado de uma partida, etc.
Elias – É muito semelhante à Coca-Cola. Traga-me a fórmula e consigo lhe explicar tudo. (risos)Vidiz – Qual era o tamanho da influência da sorte no resultado de um jogo?
Elias – Tem de der um pouco de sorte, ou assim um time fraco nunca conseguiria pontos, né?Vidiz – Uma das primeiras comunidades que nós vimos surgir na internet foi a de editores de times e campeonatos para Elifoot 98. Como foi a relação com essa galera? E a montagem da primeira base de times e jogadores, deu muito trabalho?
Elias – A primeira deu bastante, foi um trabalho de pesquisa extenso. Depois, essas comunidades ajudaram a aumentar e atualizar a base de dados, e deram uma boa contribuição para as versões oficiais.Vidiz – Como é ter concebido e desenvolvido algo tão popular? Você sente que tem uma conexão com as pessoas que jogaram tanto seu jogo?
Elias – Sim, muita. Agora que tenho página oficial no Facebook, tiro sempre um pouco para falar diretamente com os fãs. Adoram!“O segredo do Elifoot é que eu nunca tive acesso direto à verdade. Compare-me ao inventor do xadrez: o jogo é simples, mas há melhores jogadores do que o inventor”. (André Elias)
Vidiz – Você diria que Ole Gunnar Solskjaer e Shalimov formavam a dupla de ataque dos sonhos do Elifoot?
Elias – Houve várias. Depende da base de dados que tinham. Cada país, cada região, tinha mitos diferentes.Vidiz – Você usou o Cheat O’Matic alguma vez? O que achava da existência dele?
Elias – Foi bom e foi mau. Na realidade, há jogadores que só sabem jogar com Cheat. Infelizmente, tira um pouco da verdade desportiva.Vidiz – O cálculo das partidas do Elifoot para celular (Android e iOS) é idêntico ao 98 ou tem diferenças? Quais?
Elias – Tem poucas diferenças, visto que a simplicidade regressou a 98. É bastante semelhante, mas com a inteligência (artifical) um pouco mais evoluída.Vidiz – Você ainda joga Elifoot? Qual versão?
Elias – Sim. Agora jogo Elifoot 98 (16) para os celulares.Vidiz – Muito obrigado pelo tempo, André. Desejamos sucesso eterno a esse jogo que de certa forma fez parte da nosso formação como torcedores, jogadores e, por que não?, pessoas. Quer mandar mais algum recado?
Elias – Agradeço à equipe do Sem Firulas pela dedicação ao Elifoot.> Veja esse e outros textos do Sem Firulas em perfil no Medium.
// Categorias
// Histórico de Publicações
// As mais lidas
-
1
Colecionador monta brechó de camisas de futebol em feira do Rio de Janeiro
-
2
Walking Football: Já existe um futebol próprio para idosos
-
3
Brasileiro visita os 7 estádios de Londres na Premier League num único dia
-
4
Projeto cria mascotes para 150 clubes cearenses por meio de Inteligência Artificial
-
5
Clube com nome do papa João Paulo II sobe para a 1ª divisão do Peru
-
6
Com América, Rio Branco e Stella, projeto Mantos Alencarinos lança 4º lote de camisas retrô
-
7
Jornalista visita todos os estádios da cidade de São Paulo em 1 dia
-
8
Torcedor tem mais de 100 camisas do Lemense, pequeno clube paulista
// TV Verminosos
Compartilhe:
Deixe um comentário