GTA Torcidas: o game das organizadas
Designers desenvolveram uniformes de torcidas de clubes, tatuagens, armas e cenário das disputas
Se volta e meia alguns torcedores atraem holofotes negativos às organizadas de clubes do Brasil, parte deles prega que a violência se resuma ao ambiente virtual. Teoricamente isso se tornou possível desde a criação do GTA Torcidas, grupo que faz modificações piratas num dos games mais vendidos no planeta, o Grand Theft Auto.
Lançada em 1997, a série GTA ficou famosa porque, nela, o jogador incorpora um personagem num mundo aberto. No game, que ganhou o nome da pena para furto de veículos nos Estados Unidos, as pessoas são aliadas ou inimigas na busca de subir na hierarquia do submundo do crime. Natural que o tema do jogo gerasse controvérsia.
Em 2009, torcedores viram no game um meio de reproduzir o universo das organizadas. Designers do GTA Torcidas desenvolveram uniformes de facções de clubes brasileiros, tatuagens, armas e o cenário das disputas, que inclui estádios, sedes dos grupos, ônibus e ruas que por vezes se tornam praça de guerra.
A modificação do GTA, chamada de mod e feita com base na versão San Andreas, é um game multiplayer online em que cada jogador controla de seu computador um torcedor no ambiente virtual. Unidos, eles enfrentam grupos rivais. E de acordo com ações violentas que cometem, vão acumulando pontos.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público do Rio de Janeiro, que atua contra a guerra entre torcidas no mundo real, já investigou essas ações no virtual. Porém não houve encaminhamento jurídico contra os produtores do game.
“Não fazemos qualquer tipo de apologia à violência. Este server (servidor) tem como objetivo principal divertir as pessoas”. (Comunicado do GTA Torcidas)
O Verminosos por Futebol tentou contato com o GTA Torcidas, através do Facebook do grupo, que conta com 12 mil curtidores. Não houve retorno até a publicação deste post. Na rede social, o grupo se queixa da imprensa, que segundo ele mancha a reputação dos integrantes. E defende que não faz apologia à violência nas arquibancadas.
“Ninguém aqui sai e começa a bater nos outros só porque é de outro time. Videogame é lazer, diversão e tranquilidade, muito melhor do que botar todos os jovens nessa rua violenta em que o governo anda e caga para a segurança e a saúde. Paz dentro e fora dos estádios, é um dos principais lemas”, assina a administração do GT Torcidas, em nome do líder Bart.
Isso é só um jogo? É um treinamento para ações nas ruas? Torcedores psicologicamente desequilibrados sabem distinguir o virtual do real? O juízo de valor fica com o leitor.
Site do GTA Torcidas:
equipegtatorcidas.blogspot.com.br
Facebook do GTA Torcidas:
www.facebook.com/GT.Oficial
Vídeos de confrontos no GTA Torcidas:
10 respostas para “GTA Torcidas: o game das organizadas”
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Conheça o autor
O jornalista Rafael Luis Azevedo, 41, é editor do Verminosos desde 2012. É um dos 14 profissionais mais premiados na história do jornalismo no Nordeste, segundo o Portal dos Jornalistas, com 47 premiações. Cobriu in loco as Copas do Mundo de 2010 e 2014, foi co-autor de livros sobre o Ceará e o estádio Presidente Vargas e diretor dos documentários "Aqui é Flamengo" e "Mimo: O Milagre de Milagres" (vencedor do Cinefoot 2022). É também gerente geral da Alece TV, tendo passagens pela Alece FM, sites Tribuna do Ceará, Vós e O Povo Online, jornal O Povo e TVs Jangadeiro/SBT, O Povo/Cultura e Cidade/Record, todos de Fortaleza, nos cargos de repórter, produtor, social mídia, editor, coordenador e diretor. Já fez reportagem e produção freelancer para as TVs Globo e France 24 (FRA), as revistas Four Four Two (ING), So Foot (FRA), Courrier International (FRA) e Placar e os sites BBC Brasil, Vice, UOL, Agência Pública e The Epoch Times (EUA), além de produção de documentários para as TVs France 2 (FRA) e National Geographic (EUA).
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Jogo o Game desde o início, garanto que o Jogo só trás diversão, não é porque você mata um Torcedor no Game, que você vai sair pela rua matando todos com camisa de times rivais. Atualmente sou Membro da Administração, fazemos o possível pra não transmitir aos jogadores que pratiquem violências dentro e fora dos Estádios. Foi uma bela matéria, parabéns Rafael…. vocês sim não buscam lucros com esse tipo de reportagem. Abraços.
Hélio, pena que o pessoal da administração do game optou por não me dar entrevista. Se tiver interesse em conversar, escreve pra rafael@verminososporfutebol.com.br. Um abraço!
Sou jogador desse jogo a alguns meses, e sei que não tem nenhum incentivo a violência, nosso lema é paz dentro dos estádios, oque acontece lá, fica por lá, é apenas um jogo diversão VIRTUAL, onde mais de 1000 jogadores se divertem, fiz muitos amigos lá, não passa de uma diversão.
Hoje em dia, as pessoas se preocupam muito mais com jogos virtuais, que não passam de um jogo, e esquecem do mundo lá fora, cheio de assaltos, ladrões, assassinatos, políticos que que nos roubam a cara dura…
GTA TORCIDAS – 4 ANOS!
Oi Rapha, não sou jogador, mas também acho que a violência de um game não significa necessariamente a violência na vida real.
Bom , E as novelas das Emisoras Ensinar roubar Vingança Nos Jogamos Por Diversão
Certamente, Rafael!
Olá minha Opinião é que Isso é a Penas um Jogo Se estar Passando cabe a Mãe ou o Pai alerta seu Filho e não a Midia ficar Criticando Pois Niguem Joga GTA Torcidas obrigado e o Lema do Serve é Cultivar a Paz nos estádios Brasileiros.
JN, que fique claro, busquei ser isento, sem fazer juízo de valor. Um abraço!
Com certeza não tem nada haver uma coisa com a outra,game é game e vida real é vida real.Jogo há muito tempo GTA torcida e me divirto bastante,creio que o problema não vai estar o jogo ,e sim no indivíduo.
De fato, Augusto, proibir este jogo é jogar pra torcida (neste caso, contra as torcidas…). Se proibirem esse jogo, tem que fazer o mesmo com todos os games de tiro e de corrida, que, partindo do mesmo pressuposto, incentivariam o crime ou desrespeito a leis de trânsito ou civilidade no volante. O melhor seria concentrar esforços contra bandidos dentro das torcidas reais, e não das virtuais. Um abraço!