Artigo: Não se comanda clube sozinho
Após novo insucesso do Fortaleza em subir para a Série B, o Verminosos por Futebol resgata artigo assinado pelo autor […]
Após novo insucesso do Fortaleza em subir para a Série B, o Verminosos por Futebol resgata artigo assinado pelo autor deste site, publicado em 4/9/2011, na extinta coluna Papo de Verminoso, do jornal O Povo. Texto segue atualíssimo.
Quando foi presidente do Ceará, entre 2005 e 2008, o empresário-político Eugênio Rabelo tinha uma pergunta pronta sempre que o ameaçavam de tirá-lo do cargo: “E quem vai assumir?” Sua empresa financiava parte das contas do clube, com o inegável interesse de beneficiá-lo em eleições. E assim o Vovô se tornava refém das práticas assistencialistas de mais um dirigente mecenas.
O maior feito da gestão de Evandro Leitão, que veio a seguir, não foi levar o time à Série A, nem conquistar o título estadual que impediu o penta do Fortaleza. Foi garantir uma estrutura administrativa que permitisse ao clube andar com as próprias pernas, profissionalizando os departamentos financeiro, jurídico e de futebol.
Muitos comparam esse momento do Ceará com o do Fortaleza entre 2003 e 2006, quando também esteve na Série A. Ribamar Bezerra, o presidente que fechou aquele período de ouro do time, gastou uma fortuna do próprio bolso. Contratou grandes jogadores e formou equipe milionária. Tinha o desejo, que acabou concretizado, de se tornar lembrado como um dos maiores presidentes do clube.
Porém, Ribamar Bezerra promoveu um bem que resultou num mal. Ele fez do Fortaleza ainda mais dependente da figura paternalista do dirigente endinheirado que decide e paga tudo sozinho. Todos os presidentes que se seguiram – Marcelo Desidério, Lúcio Bomfim, Renan Vieira e Paulo Arthur Magalhães – relataram essa pressão. Ficaram no cargo alguns meses e saíram para nunca mais voltar.
Ribamar Bezerra promoveu um bem que resultou num mal. Ele fez do Fortaleza ainda mais dependente da figura paternalista do dirigente endinheirado que decide e paga tudo sozinho”.
O destino tricolor, de queda da Série A para a C e de ameaça de rebaixamento para a D, não é surpresa para um clube que não soube aderir ao futebol-negócio. E nem é culpa restrita do atual presidente, Osmar Baquit, mas sim fruto de um regime que nenhum dirigente se esforçou para derrubá-lo em nove décadas de história.
A inspiração para a retomada está no maior rival, clube em que um membro de arquibancada provou que é possível se bancar com a torcida. Mas o próprio Ceará ainda não é um exemplo definitivo. Essa gestão é marcada pela presença de Evandro Leitão. Quando ele deixar o clube, será o grande teste de que a atual estrutura é capaz de manter os avanços. Independente de quem a comande.
Texto original deste artigo, na extinta coluna Papo de Verminoso:
www.opovo.com.br/app/colunas/papodeverminoso/2011/09/03/noticiaspapodeverminoso,2292310/nao-se-comanda-clube-sozinho.shtml
Clique no link e leia também:
www.verminososporfutebol.com.br/viagem-no-tempo/pai-e-filho-presidiram-ceara-e-fortaleza
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