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Papo sério

Consultor usa Barça como case de gestão

O Barcelona virou exemplo para os clubes de todo o mundo. Dizer isso já se tornou até lugar comum. Mas […]

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Marcos Braun já levou a palestra que enfoca o Barcelona a diversas cidades (Fotos: Divulgação)

O Barcelona virou exemplo para os clubes de todo o mundo. Dizer isso já se tornou até lugar comum. Mas não só o futebol deveria aprender com a equipe que se consagrou como uma das melhores da história. Em âmbito empresarial, o Barça também serve de inspiração. É o que defende o consultor Marcos Braun, que usa o case de sucesso do clube em uma de suas palestras.

“A Importância de um Modelo de Gestão – O que os Líderes e as Empresas Podem Aprender com o Barcelona”. Esse é o tema da apresentação que, desde 2012, já percorreu cerca de 10 cidades, como Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife, Teresina e São Paulo. Até julho deste ano, mais seis cidades estão programadas.

Marcos foi a Barcelona e estudou o modelo de gestão do clube espanhol, que conquistou três das últimas seis edições da Liga dos Campeões da Europa. Assim, percebeu que muito do que o Barça passou aplicar nos gramados poderia ser repetido no mercado. “Hoje é minha principal palestra tanto em empresas quanto em eventos públicos/fechados”, conta o palestrante, de Fortaleza.

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Marcos Braun é consultor, professor de MBA e coach. Tem 34 anos e é sócio-proprietário da MB Consultoria e Educação Corporativa, com atuação em planejamento estratégico, estruturação de empresas, desenvolvimento de líderes, estruturação de RH estratégico e treinamentos empresariais. Ele possui vários MBAs no Brasil e EUA em gestão.

Para o cearense, a fama do Barcelona se deveu a um planejamento de longo prazo, que se apoiou na formação e retenção de talentos. Messi, por exemplo, chegou ao Barça aos 14 anos, após ser recusado por times argentinos em virtude da estatura. “As empresas contratam funcionários para exercer um cargo e não para crescer dentro da empresa”, aponta.

A cultura do Barcelona, indica Marcos, também ajuda a entender o processo. Independente do técnico, o esquema tático é o mesmo. “O time cumpre com excelência sua missão de impedir que seu adversário jogue futebol. Jogando futebol, mantendo a posse de bola”, elogia. E nas empresas? “O cenário é bem diferente: muito se muda e pouco se realiza!”

Se as metáforas futebolísticas eram presença marcante nos discursos do ex-presidente Lula, político carismático, Marcos segue na mesma linha. “Tenho tido ótimos feedbaks”, garante o consultor, que vai faturando enquanto o Barça estiver no topo. “Espero que o Barcelona continue ganhando”, brinca.

Verminosos por Futebol – Quando você passou a oferecer as palestras que usam o Barcelona e Messi como temas para discussões em empresas?
Marcos Braun – Desde junho de 2012. Numa bela noite no ano passado, eu tive um sonho que estava em Barcelona assistindo ao jogo do Barça. Nesta mesma noite acordei e em seguida voltei a dormir, quando sonhei com uma empresa onde eu era o gestor. Casou os dois sonhos e formei a palestra: “A Importância de um Modelo de Gestão – O que os Líderes e as Empresas Podem Aprender com o Barcelona”. No início não tive muitas pessoas interessadas, mas em outubro do ano passado, quando visitei o clube para estudar na íntegra seu modelo de gestão, a palestra ganhou outra conotação, saindo do campo do sonho para ir para a realidade. Hoje é minha principal palestra tanto em empresas quanto em eventos públicos/fechados.

VPF – Quantas vezes você já fez essa palestra?
Marcos – Até hoje já foram mais de 10 palestras, realizadas em Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife, Teresina e São Paulo. Temos a previsão de ainda fazer em pelo menos mais seis cidades até julho. Espero que o Barcelona continue ganhando.

Até hoje já foram mais de 10 palestras, realizadas em Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife, Teresina e São Paulo. Temos a previsão de ainda fazer em pelo menos mais seis cidades até julho”.

VPF – No que os exemplos do Barcelona e de Messi podem ajudar o ambiente empresarial?
Marcos – Messi é um talento em si, mas acima de tudo é exemplo de determinação e superação, pois a vida dele não foi fácil. Ele possuía um problema ósseo que tardava seu crescimento. Era necessário um tratamento que custava 900 dólares mensais. Com isso seu pai tentou um acordo com alguns clubes argentinos, mas todos recusaram-se a ajudar o atleta. Foi então que resolveu levá-lo para o exterior, tentando a sorte no Barcelona. No começo houve uma hesitação para pagar o tratamento, mas percebendo ser um possível talento, o Barcelona investiu. O craque que o Barça contratou pelo custo da “terapia de crescimento” é, hoje, a maior jóia do futebol mundial. O clube teve uma visão de longo prazo e fazia cumprir a sua missão ao investir em jovens talentos desenvolvendo uma sólida política de valorização de pessoas. Hoje, Messi é um jogador indispensável para qualquer esquema tático, porque não dizer, estratégia empresarial. Analogicamente ao contexto organizacional, procura-se um Messi, ou quem sabe, vários Messis. Faço uma alusão também ao Pep Guardiola, ex-treinador do Barça, esse rapaz vitorioso tanto como jogador quanto como treinador. Sua política e foco na missão do clube. Conquistou 14 títulos dos 19 possíveis, é um excelente aproveitamento.

VPF – Guardiola saiu, mas o estilo de jogo segue igual. Ele era um líder, mas não era fundamental para a cultura de jogo. Assim como a maioria dos times não é dessa forma, o mesmo acontece com as empresas, certo?
Marcos – Com certeza. Pep Guardiola deu continuidade a um modelo de futebol-arte, e com muita competência ajustou o time ao seu perfil. O Barcelona que observamos hoje tem um retrato fiel a um modelo construído na década de 1980. Foi o que Johan Cruyff fez, quando determinou que todas as equipes, da infantil a juniores, jogassem com a mesma filosofia dos holandeses. Ou seja, a luta permanente pelo controle de bola e a retomada quando ela está com o adversário. Seu esquema tático é o que impressiona, onde na prática joga com um 3-7-0. Isso mesmo! Sete meio-campistas, e nenhum “atacante de ofício”. Quando olhamos para as empresas, o cenário é bem diferente: muito se muda e pouco se realiza! Esquemas táticos baseados em modelos de gestão antigos e industriais. Aprendemos que uma empresa não consegue ter um bom time de colaboradores se não tiver um bom esquema tático, ou seja, uma boa estratégia. E ter uma estratégia bem definida é o alicerce do alinhamento interno, visando à competitividade externa.

O Barcelona tem um retrato fiel a um modelo construído na década de 1980, quando todas as equipes, da infantil a juniores, passaram a jogar com a mesma filosofia dos holandeses. Nas empresas, o cenário é bem diferente: muito se muda e pouco se realiza! Esquemas táticos baseados em modelos de gestão antigos e industriais”.

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Pep Guardiola era um líder, mas o estilo de jogo do Barcelona é baseado numa cultura do clube, e não no ex-treinador

VPF – Esse Barcelona que é um dos melhores times da história demorou duas décadas para ser formado, a partir de um custo baixíssimo. Tanto no futebol quanto no âmbito empresarial, é possível ter sucesso numa cultura imediatista?
Marcos – Não. O Barcelona de hoje é fruto de um planejamento que teve início no começo dos anos 2000 e que ganhou peso na temporada de 2006/2007, na gestão do ex-vice presidente Ferran Soriano. Foi nesse período que o clube se reestruturou e profissionalizou sua gestão.

VPF – Um dos segredos da maestria do Barcelona é a retenção de talentos, ano após ano, de forma que existem jogadores que estão no clube desde garoto, como o trio Messi, Xavi e Iniesta. Funcionários pedem demissão mais por causa de problemas da própria empresa ou de propostas de outras empresas?
Marcos – O grande problema das empresas hoje é não ter um programa eficiente de atração e retenção de talentos. E isso o Barcelona dá um show! A filosofia do Barcelona consiste em desenvolver os talentos desde cedo. Portanto, a equipe apresentada pelo time nos dias de hoje é o resultado de anos de trabalho. A personificação desta filosofia atende pelo nome de Messi: a grande estrela foi contratada aos 14 anos para atuar na equipe do Infantil B. As empresas precisam aprender esta lição com o Barcelona. O motivo? O apagão da mão de obra… Neste contexto, as empresas devem fortalecer seus sistemas humanos e buscar internamente profissionais com as competências necessárias, desenvolvendo as habilidades exigidas para a função que eles irão desempenhar. Desta forma, a empresa poderá reduzir, e muito, seus custos com pessoal.

A filosofia do Barcelona consiste em desenvolver os talentos desde cedo. Portanto, a equipe apresentada pelo time nos dias de hoje é o resultado de anos de trabalho”.

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Messi, o maior jogador do mundo, teve um custo baixíssimo ao Barcelona, que apostou nele quando tinha 14 anos

VPF – O futebol profissional é baseado numa política salarial em que protagonistas recebem mais que coadjuvantes. No meio empresarial, qual política seria mais adequada: o salário igual para os mesmos cargos ou a remuneração variável de acordo com o rendimento?
Marcos – Remuneração variável ligada a resultados. No Barcelona é assim. Os jogadores são remunerados e premiados a partir de um percentual de acordo com as vitórias nos jogos e conquistas de campeonatos.

VPF – Messi, o melhor jogador do mundo, foge completamente do perfil do jogador buscado no Brasil. Se procurasse um teste, possivelmente nem seria recebido por muitos clubes, em virtude da estatura. As empresas estão preparadas para enxergar um talento por trás de um candidato aparentemente sem padrão para o cargo?
Marcos – Infelizmente não. As empresas muitas vezes contratam um funcionário para exercer um cargo e não para crescer dentro da empresa. O modelo do Barça é voltado exclusivamente para o longo prazo!

VPF – Se os exemplos do Barcelona vão ser copiados pelo mundo empresarial, é bem provável que não, mas você acredita ao menos que esse caso vai servir de inspiração para outros clubes?
Marcos – Sim, faço minha parte. Reforço que a magia do Barcelona está sempre quando entra em campo, pois o que se espera é no mínimo um show do clube catalão. O time cumpre com excelência sua missão de impedir que seu adversário jogue futebol. Como? Jogando futebol, mantendo a posse de bola. Os clubes brasileiros têm muito o que aprender com os Culés!

Contatos de Marcos Braun:
www.marcosbraun.com.br e marcos@marcosbraun.com.br

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