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Papo sério

Leônidas, Rivelino, Romário… Craques inspiraram explosão de nomes desde as primeiras Copas

IBGE mostra que o sucesso de jogadores gera explosão de registros com seus nomes no Brasil

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Romário (anos 90), Rivelino (70) e Leônidas (40) inspiraram muitos nomes (Foto: Reprodução)
Leônidas (anos 40), Rivelino (70) e Romário (90) inspiraram muitos nomes (Foto: Reprodução)

O nome Romário sempre foi incomum no Brasil. Com o tetracampeonato da seleção em 1994, o craque virou ídolo nacional. O resultado foi uma explosão de registros com o nome dele no país. Com isso, os anos 90 receberam quase 19 vezes mais Romarinhos do que os anos 70.

Essa estatística está disponível numa plataforma online do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Nomes do Brasil. A página utiliza dados do Censo de 2010 para contabilizar quantas pessoas já foram registradas no país com um determinado nome.

O Verminosos por Futebol consultou as taxas de registros de nomes de garotos iguais aos de brasileiros que fizeram parte de seleções dos melhores jogadores de diferentes Copas do Mundo. Isso vem ocorrendo, por sinal, desde as primeiras edições. Em geral, os registros subiram significativamente no auge desses atletas.

Foram os casos, por exemplo, de Leônidas (anos 40), Ademir (50), Nilton e Djalma (60), Rivelino (70) e Romário (90). Edson, o nome de Pelé, apesar de comum no século 20, inspirou uma explosão nos anos 60. Tanto que até Pelé virou nome. Sim, acredite!

Confira abaixo.

Dos campos para os cartórios:

Leônidas da Silva
Jogou as Copas de 1934 e 1938, sendo artilheiro e eleito para a seleção de 1938.

> Houve uma escalada na taxa de registros com o nome de Leônidas nos anos 40, quando o jogador já era um ídolo nacional, seguindo o crescimento até os anos 60.

Ademir de Menezes
Jogou a Copa de 1950, sendo artilheiro e eleito para a seleção do torneio.

> Os anos 50 registraram 5 vezes mais batismos com o nome de Ademir do que os anos 40, seguindo o crescimento até os anos 70.

Nilton Santos
Jogou as Copas de 1950, 1954, 1958 e 1962, sendo campeão nas duas últimas. Foi eleito para a seleção de 1958.

> O nome Nilton se popularizou nos anos 50, 60 e 70, graças ao sucesso do lateral-esquerdo eleito pela Fifa para a seleção do século 20.

Djalma Santos
Jogou as Copas de 1954, 1958, 1962 e 1966, sendo campeão na 2ª e na 3ª. Foi eleito para a seleção de 1954 e 1962.

> O nome teve auge de popularidade nos anos 60, em meio à carreira do lateral-direito eleito em algumas listas para a seleção do século 20.

Edson/Pelé
Jogou as Copas de 1958, 1962, 1966 e 1970, sendo campeão na 1ª, na 2ª e na 4ª. Foi eleito para a seleção de 1958 e 1970.

> O nome Edson, de Pelé, teve uma escalada de registros no Brasil nos anos 60, com a taxa seguindo alta até os anos 80.

Gerson
Jogou as Copas de 1966 e 1970, sendo campeão e eleito para a seleção de 1970.

> O nome Gerson teve um crescimento de registros nos anos 60, mas o auge foi alcançado após o tricampeonato da seleção brasileira.

Rivelino
Jogou as Copas de 1970, 1974 e 1978, sendo campeão e eleito para a seleção de 1970.

> O sobrenome do jogador virou o primeiro nome de brasileiros com uma frequência 14 vezes maior nos anos 70 do que nos anos 60, caindo nas décadas seguintes.

Sócrates
Jogou as Copas de 1982 e 1986.

> A popularidade do jogador nos anos 80 levou a uma subida na taxa de registros do nome de origem grega, apesar de que o número total nunca foi expressivo.

Romário
Jogou as Copas de 1990 e 1994, sendo campeão, melhor jogador e eleito para a seleção de 1994.

> O nome Romário era incomum até os anos 80, início da carreira do jogador. Com o tetra, houve uma explosão de registros, voltando depois a uma taxa semelhante a dos anos 70.

Sucesso sem efeito

Alguns craques recentes, apesar de terem tido grandes atuações em Copas do Mundo, não provocaram mudanças marcantes na taxa de registros com seus nomes. Veja dois casos.

Rivaldo
Jogou as Copas de 1998 e 2002, sendo campeão em 2002 e eleito para a seleção de ambas.

> O número de registros com o nome de Rivaldo foi maior nos anos 70, quando Rivaldo nasceu, do que nos anos 90 e 2000, no auge de sua carreira.

Ronaldo
Jogou as Copas de 1994, 1998, 2002 e 2006, sendo campeão em 1994 e 2002. Foi eleito para a seleção de 1998 e 2002, sendo o melhor jogador na primeira e artilheiro na segunda.

> O mesmo que aconteceu com Rivaldo se repetiu com Ronaldo.

Até apelidos viraram nomes

Acredite se quiser: mesmo apelidos célebres de jogadores brasileiros inspiraram nomes no país. Veja três casos.

Pelé
Jogou as Copas de 1958, 1962, 1966 e 1970, sendo campeão na 1ª, na 2ª e na 4ª. Foi eleito para a seleção de 1958 e 1970.

> Já batizaram meninos como Pelé! E não foram casos isolados: 110 vezes no total. A maior frequência foi nos anos 60, com 35 casos.

Zico
Jogou as Copas de 1978, 1982 e 1986, sendo eleito para a seleção de 1982.

> O apelido Zico inspirou nomes de meninos 7 vezes mais do que Pelé. O auge, claro, foi nos anos 80. Mas, registre-se, já havia uma frequência anterior à carreira do jogador.

Dunga
Jogou as Copas de 1990, 1994 e 1998, sendo campeão e eleito para a seleção de 1994.

> Quem coloca o nome do filho como Dunga?! Isso ocorreu a partir dos anos 80, com auge nos anos 90 – o que sugere que a inspiração não tenha sido o mais jovem dos Sete Anões. Foram 138 registros no total, mais do que Pelé.

Inspiração no estrangeiro

Jogadores estrangeiros também são escolhas recorrentes para o registro de filhos no Brasil. Alguns, inclusive, foram algozes da Seleção em Copas. Confira cinco casos.

Franz Beckenbauer
Jogou as Copas de 1966, 1970 e 1974, sendo eleito para a seleção nas três edições e campeão em 1974.

> Beckenbauer virou o nome de 22 crianças até 2010. A frequência é bem pequena, tanto que não há gráfico na plataforma.

Michel Platini
Jogou as Copas de 1978, 1982 e 1986, sendo eleito para a seleção de 1982.

> Platini teve 126 registros, a partir dos anos 80. Não é possível saber quantos Michel Platini existiram, pois a plataforma não busca nomes compostos.

Paolo Rossi
Jogou as Copas de 1978 e 1982. Foi eleito para a seleção das duas edições, sendo campeão, artilheiro e melhor jogador em 1982.

> O nome Paolo já era registrado desde a 1ª metade do século, graças à colônia italiana, mas a taxa subiu nos anos 80, depois de Paolo Rossi destruir a seleção brasileira em 1982.

Diego Maradona
Jogou as Copas de 1982, 1986, 1990 e 1994, sendo campeão e melhor jogador em 1986 e eleito para a seleção de 1986 e 1990.

> O registro do nome Diego subiu quase 30 vezes nos anos 80 em relação aos anos 70, quando Maradona virou o melhor jogador do mundo.

> O sobrenome Maradona também virou nome de meninos no Brasil a partir dos anos 80, atingindo um número total de 164 até 2010.

Zinedine Zidane
Jogou as Copas de 1998, 2002 e 2006, sendo campeão em 1998, melhor jogador em 2006 e eleito para a seleção de 1998 e 2006.

> O sobrenome Zidane virou nome no Brasil a partir dos anos 90, quando o francês acabou com a seleção brasileira na final da Copa de 1998. Com 799 registros, a frequência é quase 5 vezes maior do que a de Maradona.

À espera do próximo Censo

A ferramenta do IBGE considera o Censo de 2010, por isso alguns nomes de craques do presente ainda não são tão frequentes. Ou pelo menos não eram até então.

Messi
Jogou as Copas de 2006, 2010, 2014 e 2018. Apesar de não estar entre os 11 da seleção de 2014, foi eleito o melhor jogador.

> Messi só tinha conquistado dois de seus cinco títulos de melhor jogador do mundo até o Censo, em 2009 e 2010, por isso não havia tantos meninos com o nome dele no Brasil. Eram somente 49, menos da metade de Platini.

Neymar
Jogou as Copas de 2014 e 2018.

> Neymar não era um nome comum no passado, apesar de sempre ter havido registros. Até 2010, houve 442, número inferior ao de Zidane.

(*) Todos os jogadores acima estiveram entre os melhores de Copas do Mundo, exceto Sócrates e Neymar. Esse foi o critério da escolha do Verminosos por Futebol para a consulta dos nomes. Se você quiser pesquisar outros, acesse o Nomes do Brasil. Atenção: só aparecem na plataforma nomes com frequência de pelo menos 20 pessoas.

Neymar não deve inspirar explosão de nomes, acredita especialista

 

O nome Neymar não vai registrar uma explosão de registros de bebês no Brasil, como ocorreu recentemente com Romário, por exemplo. E isso não aconteceria mesmo que a seleção brasileira tivesse conquistado o hexa na Copa do Mundo de 2018.

É o que defende Fernanda Ravagnani, editora do BabyCenter Brasil, plataforma digital de acompanhamento da gravidez que é especialista em nomes de bebê e desde 2009 publica rankings e análises dos nomes escolhidos pelas famílias brasileiras.

Para ela, os tempos hoje são outros. Agora, os pais optam por “nomes da moda” ao invés de homenagens diretas a ídolos. Mesmo que, por ironia, a moda seja escolher o mesmo nome de um filho de Neymar. Confira entrevista de Fernanda ao Verminosos por Futebol.

Verminosos por FutebolDesde quando o futebol passou a ser inspiração para a escolha de nomes de filhos no Brasil?
Fernanda Ravagnani – Não dá para afirmar com base em dados concretos, mas certamente o uso de nomes de jogadores de futebol como inspiração para nomes de bebê data da mesma época em que a paixão pelo futebol existe no Brasil. Trata-se de uma prática bem antiga, não só no Brasil como no mundo, como se pode ver pela própria presença de jogadores de futebol cujos nomes são inspirados em lendas futebolísticas.

VerminososHoje em dia, esse fenômeno é mais ou menos comum do que no passado?
Fernanda – Acredito que, como homenagem direta, o fenômeno está menos comum. As pessoas estão mais expostas a julgamentos, e por isso as famílias evitam que os nomes das crianças chamem muito a atenção como homenagem muito óbvia. Hoje em dia, parece que a “moda” em nomes de bebê fala mais alto que a homenagem pura ao craque ou ao ídolo. Por mais que Tite seja admirado, seja por torcedores brasileiros ou corintianos, dificilmente alguma família teria coragem de usar o nome Adenor para um bebê, simplesmente porque o nome não combina com as tendências atuais e fica muito fora do comum.

Por outro lado, um nome como “Léo” pode ser usado como homenagem indireta a Messi, sem que a associação seja óbvia.

Já nomes que combinem com a moda, e que ao mesmo tempo tenham um titular com carisma, têm chance de emplacar. Foi o que aconteceu com a combinação “Davi Luiz” no período 2013/2014. “Davi” já era um nome adorado e usado, e o carisma do jogador naquela época impulsionou o nome. A combinação passou a ser vista como algo positivo, embora não necessariamente as famílias fossem fãs fervorosas ou declaradas do jogador.

O mesmo aconteceu com a combinação “Davi Lucca”, do filho de Neymar. Esse nome explodiu no Brasil depois que Neymar o escolheu para o filho. É muito comum que fãs usem o mesmo nome não dos seus ídolos, mas dos filhos dos ídolos. Filhos de celebridades tradicionalmente influenciam nomes de bebê no Brasil. É o caso de “Benjamin”, filho de Gisele Bundchen, e dos três filhos do casal Angélica e Luciano Huck, “Joaquim”, “Benício” e “Eva”.

VerminososA escolha de nomes inspirados em jogadores de futebol é algo exclusivo do Brasil?
Fernanda – Não, não é. É comum em países latino-americanos fanáticos pelo futebol.

VerminososAté o Censo de 2010 o nome de Neymar aparecia muito pouco em nascimentos no Brasil. A taxa de registros vai subir muito ao fim desta década?
Fernanda – Não, não vai subir, e não subiria nem que o Brasil tivesse sido hexa. A homenagem a Neymar seria óbvia demais, e o nome não combina com a moda atual de nomes. Agora, se Neymar e Bruna Marquezine tiverem um bebê, pode apostar que o nome vai influenciar MUITAS famílias, a não ser que seja um nome ou muito comum ou muito esquisito.

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