O Anjinho do Flamengo é hoje um dos geraldinos mais famosos do Maracanã. Sobretudo porque seu alter ego, Marcelo Nuba, fez do verbo torcer um empreendimento. Fera no marketing pessoal, o carioca vende camisas com a marca do personagem que criou, na porta dos estádios. E, agora, uma novidade: o torcedor virou história em quadrinhos.

Marcelo se uniu aos cartunistas Clóvis Lima e Pedro Dias, de Volta Redonda-RJ, e lançou a revista independente Anjinho da Paz. Nela estão tirinhas sobre futebol voltadas para a torcida do Flamengo, iniciativa pioneira no Rio de Janeiro. A revistinha é vendida por R$ 10, na área externa dos estádios antes e depois das partidas do time.

Ex-camelô, Marcelo mudou de vida graças ao futebol. No Carnaval de 2002, o torcedor foi fantasiado de anjinho ao Cordão do Bola Preta, bloco de rua do Sábado Gordo no Rio. Sem tempo para passar em casa, ele seguiu direto ao Maracanã para um Fla-Flu do Campeonato Carioca. A fantasia deu sorte, com vitória por 2 a 1. E ali nascia um símbolo rubro-negro.

Alegria, alegria… Segura a ansiedade, galera”. Frase registrada do Anjinho do Flamengo.

De lá pra cá, passaram-se 13 anos carregando asas, peruca branca e óculos escuros em estádios do Brasil e do mundo. Principal representante do novo perfil de torcedor profissional do futebol brasileiro, o geraldino-marqueteiro, Marcelo aproveita a fama decorrente de suas aparições na TV para faturar o ganha-pão e custear viagens ao lado do time de coração.

“Nunca fiz parte de torcidas organizadas. Minha bandeira é a da paz, então sempre estou trabalhando a imagem do personagem, com a venda de camisas e revistas nos estádios”, conta Marcelo, de 40 anos. Em virtude desse reconhecimento entre torcedores, conseguiu visitar Argentina, Uruguai, Chile, Peru, Bolívia, Equador e Venezuela.

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Empresário do futebol, Marcelo também trabalha em busca de talentos. “Sou amigo de vários jogadores, como Donizete, Nélio, Hugo, Carlos Alberto, Júlio César, Andrade, Adílio e Júlio César Uri Gueller, além de artistas como Thiago Martins e Tony Garrido”, relata o torcedor, citando alguns colegas do bate-bola semanal com o time Fla Gávea.

Por ironia, o Anjinho do Flamengo é hoje tão ou mais famoso que alguns de seus ídolos com quem agora convive. “Agradeço a nação rubro-negra por todo o carinho”, festeja o torcedor-símbolo. Afinal, se ganhar dinheiro para jogar futebol já é bom, imagina então ganhar dinheiro para assistir.

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