Nos perdoem os torcedores da maior parte do país… Não existe um estado com tantos bons hinos de futebol quanto o Rio de Janeiro. E isso se deve a um único homem: Lamartine Babo, um dos maiores compositores populares do Brasil, autor de clássicos do carnaval.

Foi ele o criador dos hinos de 11 clubes do Rio de Janeiro. Dos grandes Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense, e dos médios ou pequenos América, Bangu, Bonsucesso, Madureira, Olaria e São Cristóvão, além do Canto do Rio, de Niterói – times que disputavam o estadual na época.

Nascido em 1904, no Rio, Lamartine fez enorme sucesso em 1945, quando produziu um hino informal para o Flamengo. Quatro anos depois, ele foi desafiado por colegas do programa Trem da Alegria, da rádio Mayrink Veiga, a compor músicas para as demais equipes da cidade, uma por semana.

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Há várias versões sobre como Lamartine produziu tantas canções clássicas rapidamente. A mais aceita é a de Oswaldo Sargentelli, sobrinho do compositor. Segundo ele, o músico foi levado a um apartamento no Centro, com comida para cinco ou seis dias, e dois seguranças na porta.

Os hinos informais lançados em 1949 caíram no gosto popular, ofuscando para sempre os hinos oficiais dos clubes. Por ironia, aquele que é considerado o mais bonito, o do América, time de coração de Lamartine, foi uma adaptação da música americana “Row Row Row”, de Joy Hodges.

O compositor morreu em 1963, mas sua produção o imortalizou. Graças a marchinhas que são até hoje presença certa no carnaval Brasil afora, como “O Teu Cabelo Não Nega”. E aos hinos do futebol carioca, entoados nas arquibancadas do Maracanã desde o seu surgimento.

Reportagem da Globo sobre o feito de Lamartine Babo:

Confira o hino do América e a música que o inspirou:

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