O Fusca mais famoso de Guarulhos (SP) não passa despercebido por onde passa. Afinal, tomado de escudos do Santos pintados no capô, no teto e nas portas, ele mais parece um carro promocional do clube do que um veículo comum. Esse é o patrimônio mais querido do empresário Jefferson Andrade, louco pelo time da Vila Belmiro.

O carro, ano 1973, era de seu cunhado, e estava parado havia algum tempo. “Quando ele me disse que era da cor branca, eu já imaginei a personalização na hora e fechamos negócio”, diverte-se o santista, de 38 anos.

• Leia também:
• 
  Deu a louca

  Primos têm Fuscas temáticos de Fortaleza e Ceará
• 
  Dica cultural

  Jogo da Bola: a rua mais simpática do país
• 
  Deu a louca

  Patrício, um raro torcedor do Tiradentes

Finalizada a “obra de arte”, Jefferson passou a levar o Fusca a jogos em Santos ou em São Paulo. Agora, a pedido do filho, virou também o meio de transporte para levá-lo a escolinha de futebol. “Uso uma vez por semana”, estima.

Naturalmente, o carro vira o centro das atenções. “Muitos motoristas param para tirar fotos”, relata Jefferson, que tem outros veículos, mas prefere passear com o Fusca. “É gratificante ver a expressão de espanto das pessoas”.

O carro ganhou a inscrição “Fusca original, nunca foi rebaixado” – provocação a quem já caiu para a Série B, como Corinthians e Palmeiras. Apesar disso, surpreende-se Jefferson, mesmo torcedores dos rivais posam para fotos.

“Eles contam que torcem para outros times, mas que gostariam de tirar uma foto para enviar para algum amigo ou parente”, destaca o santista. “É impressionante essas situações que o Fusca do Santos faz acontecer”.

“Muitos motoristas param para tirar fotos. É gratificante ver a expressão de espanto das pessoas”. (Jefferson Andrade)

O carro não é a única loucura de Jefferson. Nos fundos de casa, ele possui um salão de 50 m2 onde montou o Recanto Alvinegro, onde estão suas 300 camisas do time, além de mesas, cadeiras e outros móveis personalizados.

“Era uma casa que tinha nos fundos da minha casa, assim derrubei algumas paredes para ampliar o espaço. Reúno amigos e familiares em todos os jogos para ver pela TV”, conta Jefferson. “Dificilmente fica um jogo sem alguém”.

A família é toda santista. “Sempre brinco que deixamos os recém-nascidos escolherem: damos como opção a camisa branca e a camisa listrada”. Nesse cenário, ninguém se opôs quando Jefferson inventou seu Fusca do Santos.

Curiosamente, em todas as vezes em que o torcedor foi de Fusca a jogos, o Santos não perdeu. Agora, Jefferson já faz planos para levar o amuleto da sorte a Dubai no Mundial de Clubes. “Vamos torcer que isso aconteça”, prega. Se os xeiques baterem os olhos nele, vai ser difícil deixarem o carro voltar para Guarulhos.