Torcedor do Fortaleza vai registrar o “sobrenome” Leão em cartório
Marcelo Leão, como é conhecido, já fez carteira de sócio para a filha aos três meses de gestação
Marcelo é Leão desde sempre. No coração e no nome. A paixão avassaladora pelo Fortaleza, desde muito jovem, rendeu a natural alcunha. Em 2019, quando o time voltará à elite do futebol brasileiro, o apelido vai virar sobrenome. O cearense registrará em cartório a forma como é conhecido entre todos: Marcelo Roger Bastos de Lima Leão. De fato e de direito, Marcelo Leão!
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Essa será mais uma das loucuras que o torcedor fez em prol do Fortaleza. Já teve de tudo. O cara caminhou de Messejana ao PV, foi a um jogo com carro sem freio, recusou proposta de emprego para não perder partidas, não falta a um Clássico-Rei, viu todos os duelos em casa nos oito anos de agruras na Série C… Fidelidade é também seu nome. Ou sobrenome.
O Verminosos por Futebol conversou com este professor de Geografia de 34 anos. Marcelo detalha um pouco sobre cada uma de suas provas de paixão, que o colocam, possivelmente, no rol dos torcedores tricolores mais loucos. Quiçá o mais!
1) Ir andando de Messejana ao PV.
“Sou sócio desde 29 de janeiro de 2008. Mas nem sempre foi fácil. Teve um episódio em que, ainda na faculdade, eu estava sem grana para a passagem. As caronas furaram, e fui andando do Hospital do Coração, em Messejana, até o PV (a 9,5 km de distância). Se não me falha a memória foi em 2002, valia tudo pra ver a Jangada Atômica”.
2) Ir a jogo em carro sem freio.
“Em 2010, eu tinha um Escort. O carro foi pra oficina e, no dia do jogo, o mecânico me disse que faltava ajeitar os freios. Mas eu precisava do carro, então peguei por conta e risco e fui ver o Leão em Horizonte. Saímos derrotados do jogo, mas a adrenalina na estrada foi impagável”.
3) Tatuar o escudo um dia após rebaixamento.
“Em 2009, veio a queda para a Série C. Sábado fatídico: nossa queda e o acesso do rival, na mesma hora. Decidi gravar na pele o escudo, era um grito: ‘Estarei sempre aqui e vamos sair dessa juntos, Fortaleza!’ Foi minha primeira tatuagem. Hoje tenho sete tatuagens, e no fim do ano esse número aumentará. Farei um Leão, a taça e a estrela de campeão brasileiro”.
4) Recusar emprego que chocava com jogos.
“Sou professor e tenho certa flexibilidade nos horários. Todo ano adapto minha grade ao calendário do Fortaleza. Recebi um grande convite para assumir turmas à noite. Recusei. A prioridade é o Fortaleza. Eu tenho que estar nos jogos, eu preciso estar com o Leão. Nenhum dinheiro paga não ir aos jogos”.
5) Não usar roupa preta.
“Eu não me lembro de ter usado roupa preta. Quando tenho que usar terno, a blusa nunca é branca e a gravata é vermelha ou azul”.
6) Filha já era sócia antes de nascer.
“Esse ano virei pai. Um sonho realizado. O Fortaleza me deu a família que tenho. Conheci minha esposa nas arquibancadas do Castelão. Do nosso amor tricolor nasceu Maria Beatriz, que virou sócia torcedora com três meses de gestação. Ainda na barriga da mamãe, foi a sócia mais nova da história do clube. Hoje ela tem sete meses, e em seu primeiro jogo, viu Boeck erguer a taça de campeão brasileiro. Mabi, com 6 meses, já tinha Nacional. Nasceu líder!”
7) Ir a todos os jogos em casa nos 8 anos de Série C.
“Fui a todos os jogos da Série C na capital e a alguns fora. Não me envergonho, pelo contrário, me orgulho! Não estou ao lado do Fortaleza, eu sou o Fortaleza. Nós somos. Da estreia com o Águia de Marabá em 2010 até o Tupi-MG em 2017”.
8) Ir a todos os jogos em casa na Série B de 2018.
“Na Série B não foi diferente: sempre na mesma cadeira no Castelão, V-103, na Premium, ‘cadeira da sorte’. Vi do gol do Tinga na estreia contra o Guarani até o gol do Marlon contra o Juventude, no jogo da taça”. (Atenção: esta entrevista foi realizada antes do término da Série B.)
9) Não perder um Clássico-Rei desde 2001.
“Não sei quantos clássicos eu vi, mas lembro que perdi um em 2001, no 1° turno. De lá pra cá, estive em todos. Clássico é o jogo! Teve o 3×3 de manhã no PV, o tetra, as derrotas, o gol do Cassiano… Todos são cheios de história e sentimentos”.
10) Perder a festa de aniversário porque estava em jogo.
“Faço aniversário em 8 de junho. Em 2013, foi no dia de jogo do Leão em Sobral. Minha mãe preparou uma festa surpresa, e surpresa… Eu estava no Junco, contra o Águia de Marabá. Os parabéns foram cantados já no dia 9, na volta do jogo”.
11) Alterar o nome em cartório para incluir Leão.
“Em 2014, tive o prazer de representar o Juba, mascote tricolor, durante a temporada. Foram momentos fantásticos. A alteração do nome é o próximo passo. Acrescentar de forma oficial o Leão no meu nome ocorrerá em 2019”.
Família toda tricolor
Marcelo é integrante de uma família tricolor, que vai toda junta aos jogos no Castelão e no Presidente Vargas. Ele, a esposa, a filha, o pai, a mãe, a irmã e o cunhado.
“Eles vivem essa religião de três cores comigo. Ser Fortaleza é o maior orgulho que tenho na vida, e a herança que quero deixar à minha filha e àqueles que me cercam. Agradeço ao Fortaleza por tudo. Pelos encontros familiares nas arquibancadas, pela minha esposa, minha filha, pelas lágrimas e sorrisos. Seguirei Fortaleza. Eu sou Marcelo Leão”, despede-se.
A partir de 2019, vai sobrar orgulho para assinar assim, com o apelido que virará sobrenome.
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