À espera de liberação, sites de apostas esportivas dominam futebol brasileiro
Atualmente, 33 dos 40 clubes que disputam as Série A e B têm patrocínio de empresas de apostas
É cada vez mais comum ligar a televisão e, durante uma partida de futebol, encontrar um comercial que faça propaganda de uma casa de apostas online. No campo, as equipes também estão cada vez mais próximas desse setor, com patrocínios e ações de marketing envolvendo as apostas online.
Atualmente, 33 dos 40 clubes que disputam as Séries A e B do Campeonato Brasileiro são patrocinados por um site de apostas online. São plataformas que possibilitam não só as apostas esportivas, mas também jogos como roleta online e modalidades disponíveis nos cassinos.
O caso mais recente dessa expansão aconteceu no Rio de Janeiro. O Vasco conseguiu fechar um contrato estipulado em R$ 9 milhões até dezembro de 2022 para estampar o logo da empresa PixBet em seus uniformes. Apesar do aparente avanço, o setor ainda enfrenta alguns dilemas jurídicos e constitucionais.
De modo geral, as apostas esportivas estão proibidas desde 1946, após decreto do presidente Eurico Gaspar Dutra, que encerrou as atividades de cassinos que existiam no país. Com o advento da internet, a possibilidade de realizar uma aposta sem sair de casa e utilizando o computador cresceu assustadoramente.
Diante desse cenário, é cada vez maior o número de brasileiros que estão inseridos nesse ramo. São cerca de 450 plataformas atuando no Brasil, com apostadores movimentando algo em torno de R$ 4 bilhões por ano. Por isso, há uma necessidade de regulamentação do setor.
Algumas coisas já foram feitas. Em 12 de dezembro de 2018, o então presidente da República Michel Temer sancionou a Lei nº 13.756 (aprovada pelo Senado no mês anterior). Além de destinar parte das verbas arrecadadas com as loterias federais para a segurança pública, a mudança previa uma regulamentação para as apostas esportivas no Brasil.
Posteriormente, em julho deste ano, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei 14.183, que altera a tributação e distribuição da arrecadação das casas de apostas. Segundo especialistas, essa mudança corrigiu uma distorção que existia, já que pela regra anterior qualquer ganho poderia ser tributado e diminuir os ganhos do apostador e da empresa.
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Receio da condição
Essas duas leis, no entanto, não dão segurança às empresas, que ainda têm receio de instalar-se no Brasil. “O mercado brasileiro já é explorado, de forma “cinza”, pela enorme maioria dos operadores. Porém, alguns grandes operadores apenas vão desembarcar com força quando o mercado estiver 100% legalizado, e isso certamente trará um benefício econômico aos clubes pois teremos mais empresas grandes com maior potencial de investimento no futebol brasileiro”, disse à revista Istoé o advogado Eduardo Carlezzo.
Ainda que não estejam totalmente legalizadas no país, as empresas já começam a explorar um consumidor em potencial. Para isso, têm se aproveitado da abertura dada pelos clubes. Flamengo, São Paulo, Corinthians e Internacional já têm contratos com empresas de apostas esportivas.
Vice de marketing do Internacional, clube que fechou contrato com a Betsul, Jorge Avancini acredita que a atividade é uma alternativa que vem ganhando terreno. “Vejo com muita importância a chegada desses novos players. Vieram ocupar a saída de outros patrocinadores e chegaram para ficar. O Inter fez um acordo com a Betsul e acredito numa parceria com via de mão dupla, pois os clubes também ganham percentuais dessas apostas, além das ativações junto aos torcedores”, disse à Istoé.
Após a inserção nos clubes da Série A (somente o Cuiabá não tem um patrocinador deste setor), as casas de apostas se voltaram para a Série B. Atualmente, são 14 clubes que estampam marcas de jogos online.
Diretor de negócios do Botafogo, que fechou com a EstrelaBet, Lênin Franco diz que esta série de patrocínios não surpreende. “Além de ser o mercado que mais tem investido no futebol por motivos óbvios, essa Série B é histórica, pois tem um número grande de campeões brasileiros na disputa. Ou seja, aumenta a audiência e o nível da Segunda Divisão”, afirmou.
Enquanto a regulamentação não avança em Brasília, as empresas vão aumentando sua atuação no mercado. Que isso ajude a melhorar esse setor no Brasil e trazer mais segurança às companhias e também ao público.
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