Pra quem não sabe, no estado do Pará, encontra-se a cidade com maior território do Brasil e que, até 2009, era a maior do mundo: Altamira. O município conta com 159 mil km². Se fosse um estado, seria o 16º em tamanho – sendo maior que o Ceará. Se fosse um país, seria o 92º – maior que Portugal.

A cidade de 126 mil habitantes, como tantas outras, tem seu time de futebol: o Altamira Esporte Clube. A agremiação, que por muitos anos esteve no futebol amador, aderiu ao profissionalismo em 2021, estreando na 2ª divisão do Campeonato Paraense.

Onça da Transamazônica

A “Onça da Transamazônica”, como é conhecido, joga no Bandeirão, estádio com capacidade para 2 mil torcedores.

O presidente do Altamira, Dilson Pereira, conta um pouco sobre a situação do clube e os planos para o futuro, em entrevista abaixo. A expectativa é grande – só não tanto quanto o tamanho do município.

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“Queremos alcançar a Copa do Brasil e Série D”

Verminosos por Futebol – Como está sendo a era profissional do Altamira?
Dilson Pereira – Deu muito trabalho pra gente profissionalizar o clube, é tudo muito novo. Mas hoje o time tem todas as documentações necessárias.

Verminosos – Quais os planos para o futuro do clube?
Dilson – Queremos subir de categoria, participar da elite do Paraense, fazer com que o Altamira cresça no cenário futebolístico e quem sabe colocar o time na Copa do Brasil e talvez na Série D.

Verminosos – A fama da cidade ajuda o clube de alguma forma?
Dilson – Não, no futuro a fama da cidade pode até ajudar, mas no momento não ajuda, na verdade até atrapalha. A gente fica longe da capital e de outros municípios. Pra gente jogar contra o time mais próximo, são 800 km de distância. Pra capital, são 1.200 km.

“Pra gente jogar contra o time mais próximo, são 800 km de distância. Pra capital, são 1.200 km”. (Dilson Pereira)

Verminosos – Como está sendo o seu mandato como presidente?
Dilson – O nosso trabalho como presidente é muito complicado. O clube vive de patrocínios, projetos que a gente faz, e é muita luta pra gente aprovar tudo. É tudo muito novo na parte profissional. O clube teve apenas uma temporada como profissional, nos anos 70, e só agora se profissionalizou de vez.

Retorno ao Paraense

> O Altamira nasceu em 1973 e disputou a 1ª divisão do Campeonato Paraense de 1977. Apesar da boa campanha, com a 6ª colocação, o time só voltou a disputar competições profissionais em 2021. Em 2021, o Altamira foi 21º e antepenúltimo colocado da 2ª divisão; em 2022, foi 24º e último; em 2023, não disputou a competição.

Verminosos – Como é a relação da instituição com a cidade e seus habitantes?
Dilson – Os torcedores abraçaram muito a causa, ficaram muito felizes com o profissionalismo do clube.

Verminosos – No atual momento, quais os principais problemas que o clube enfrenta?
Dilson – Os recursos. Eu acho que quase todos os times do Brasil têm essa preocupação, o dinheiro pra gente manter a folha salarial, disputar campeonatos. Também tem a questão da logística, da extensão territorial, é tudo muito longe.

Ultrapassada por groenlandeses

> Altamira era o maior município do mundo até 2009, quando foram instituídas as cidades de Qaasuitsup e Sermersooq, na Groenlândia.

Verminosos – O que o Altamira representa em sua vida?
Dilson – O Altamira é tudo o que eu respiro. A minha vontade de gerir, buscar conhecimento é uma luta diária e intensa. Apesar de todas as dificuldades, tenho orgulho de dizer que meu nome estará eternizado no clube.

Perfil:

Nome: Altamira Esporte Clube
Estádio: Bandeirão, em Altamira (2 mil lugares)
Fundação: 1973 (profissionalizado em 2021)
Campanhas: 1ª divisão paraense de 1977 (6º), 2ª divisão de 2021 (21º) e 2ª divisão de 2022 (24º)

> Reportagem produzida por Yuri de Melo, com edição de Rafael Luis Azevedo, do Verminosos por Futebol.

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