Jogo único na final de um torneio continental de clubes é algo que a Champions League exportou para várias partes do mundo. Com o passar dos anos, os rumores de que essa fórmula de disputa podia embarcar em terras sul-americanas tomaram forma.

Inspirada na Europa, a Conmebol resolveu instituir a novidade tanto na Libertadores como na Sul-Americana. A decisão em jogo único se iniciou em 2019.

Naquela edição, a final da Sul-Americana foi disputada entre Independiente Del Valle do Equador e Colón da Argentina, em Assunção, no Paraguai. Era a primeira vez que o clube argentino, da cidade de Santa Fé, disputava a final de torneio internacional.

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Orgulho mesmo com derrota

Apesar de não ter conquistado o título ao ser derrotado pelo time equatoriano, o Colón chamou atenção pela imensa massa de torcedores presentes no estádio General Pablo Rojas.

Outro fator de destaque foi a apresentação de pré-jogo, em que a banda de cúmbia Los Palmeras cantou a música “Yo Soy Sabalero”, um hino simbólico do clube durante a campanha no torneio.

A música não é apenas um cântico de apoio – é uma canção que carrega uma história de superação e muita luta contra o preconceito.

Origem humilde

Apesar do protagonismo conquistado em 2019, chegando a uma final internacional, e em 2021, ao ter conquistado a Copa da Liga Argentina, o Colón é conhecido por ser um clube com origens bastante humildes.

O seu apelido “Sabalero”, que faz parte da letra do grupo Los Palmeras, já remete a sua história. Santa Fé, cidade do clube, é cercada de água e com bastante força na pesca.

Por ter muitos torcedores que tiram seu sustento da atividade pesqueira, o clube ganhou o apelido de Sabalero, oriundo de um dos peixes da região, o sábalo.

Apesar do apelido com origem pejorativa, o clube abraçou a expressão, e seus torcedores mantêm o orgulho da origem.

A principal rivalidade do Colón também se relaciona com o status social. Seu maior adversário, o Unión Santa Fé, é um clube mais elitizado.

Relação arranhada

O Los Palmeras, apesar de ter feito uma homenagem inesquecível aos torcedores, teve a amizade com o clube arranhada.

Após a final de 2019, um mural em homenagem à banda foi feito no estádio do clube, o Brigadier General Estanislao. Mas uma foto nas redes sociais acabou tornando o clima entre o grupo e o time bem complicado.

Marcos Camino, um dos integrantes do Los Palmeras, registrou uma foto com Germán Leche, ex-presidente do Colón que é investigado por administração fraudulenta, além de ser apontado como um dos responsáveis pelo rebaixamento do clube em 2014.

Depois disso, o Colón decidiu cobrir o mural em homenagem à banda. Até o momento, a relação permanece estremecida.

> Reportagem produzida por Yuri de Melo, com edição de Rafael Luis Azevedo, do Verminosos por Futebol.

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