Documentário reúne 7 testemunhas do 7×1, o vexame que não saiu da memória
Há quatro anos, o placar de 7×1 virou sinônimo para definir tudo de ruim no Brasil
Onde você estava há quatro anos? Foi num 8 de julho quando oito gols, divididos de forma bem desequilibrada, mancharam a camisa da Seleção. Desde 2014, o placar de 7×1 virou um sinônimo para definir tudo de ruim no Brasil. Pois os sentimentos de sete testemunhas da derrota para a Alemanha foram reunidos num documentário.
O filme “Oito de Julho – Jogo 61”, uma produção da Agência i7 com duração de 25 minutos, traz no nome uma referência a 61ª partida daquela Copa do Mundo. Foram oito meses de trabalho até o lançamento, que ocorreu no dia 5 de maio, no Museu Brasileiro do Futebol, localizado no estádio Mineirão.
Roteiro, produção e direção do documentário sobre o 7 a 1 são do jornalista Rivelle Nunes, assessor de imprensa do Mineirão. Ele explica um pouco sobre cada um dos entrevistados.
— Conseguimos reunir um time de personagens que, ao meu ver, se complementaram. O jornalista Alexandre Simões trouxe uma visão muito rica de um profissional que estava trabalhando naquele dia. Simões cobriu cinco Copas e estava no estádio naquele dia. Eugênio Sávio, fotógrafo também de muitas Copas, deu a visão de quem estava a cinco metros do campo de jogo. Eugênio está na Rússia cobrindo o seu sexto Mundial. Elcio Cornelsen trouxe a visão de um descendente de alemães e que esteve dividido entre as duas nações. Além de ser um grande estudioso do futebol e da língua germânica, trouxe excelentes curiosidades sobre a visão da imprensa alemã sobre aquele jogo. Tivemos dois “torcedores”, o Cezar Vouguinha, que torceu pra Alemanha, e o Vinicius Melgaço, que estava no estádio sofrendo com a seleção. O depoimento e a história dele são fascinantes. Fotos dele viralizaram após a partida, graças à grande emoção que as imagens transmitiam. Teve também o depoimento de um dos responsáveis pela logística das seleções que trabalhou no Mineirão naquele dia. O sétimo entrevistado foi o Gilberto Silva, pentacampeão do mundo que deu uma visão de jogador que já esteve na Copa do Mundo. Todos os depoimentos tiverem trechos muito importantes e emocionantes.
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Até aqui, houve exibições de “Oito de Julho – Jogo 61” somente em Belo Horizonte, onde vive a equipe que o produziu. Em meio ao otimismo com a campanha do Brasil na Copa de 2018, estava difícil de conseguir espaço para o documentário.
“Estamos procurando locais para exibi-lo, mas parece que não querem falar do 7 a 1 durante uma Copa”, constata Rivelle. O filme foi submetido ao Festival de Cinema de Futebol (Cinefoot), e agora a torcida é que ele entre na mostra competitiva em São Paulo e Rio de Janeiro.
“Esse filme é, acima de tudo, um documento histórico sobre o futebol. Quem viveu aquele dia fez parte da história das Copas e tentamos, com muita delicadeza e profissionalismo, documentar histórias daquele dia fatídico”, analisa. Compreender o que aconteceu será decisivo para que a tragédia seja superada.
Veja o filme:
Ficha técnica:
Direção: Rivelle Nunes
Roteiro e Produção: Rivelle Nunes
Realização: Agência i7
Fotografia: Pedro Vilela
Edição e Finalização: Lucas Bois
Imagens: Lucas Bois, Yuri Edmundo e Rodrigo Beetz
Projeto gráfico: Aliados// Categorias
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