Edward Hooligan, o pai do hooliganismo
O irlandês formou na Londres do fim do século 19 a gangue conhecida como The Hooligan Boys
A melhor tradução para “hooliganismo” é “vandalismo”. Embora pareça um fenômeno recente, que passou a ser duramente combatido a partir da década de 1980 na Inglaterra, esse é na realidade um termo bem antigo. Nascido no fim do século 19, sob a aura de um homem que ficou tão famoso que seu sobrenome passou a representar qualquer arruaceiro.
Não se sabe se Edward Hooligan gostava de futebol, esporte que nascera poucas décadas antes e já era uma febre na ilha. Vadio, bêbado e delinquente, seu comportamento o levou várias vezes à prisão. Irlandês de nascimento, ele formou em Londres uma gangue que ficou conhecida como The Hooligan Boys, depois O’Hooligan Boys.
Em 1894, pela primeira vez um relatório da polícia se referiu às arruaças desse grupo citando o sobrenome. Quatro anos depois, um assassinato cometido por membro da gangue tornou de vez a palavra popular. No dia 22 de agosto de 1898, o jornal Daily Graphic tachou de “hooliganism” a avalanche de brutalidade no sul de Londres.
> LEIA TAMBÉM
Essa má fama foi imortalizada no clássico livro “The Hooligan Nights”, lançado pelo jornalista Clarence Rook em 1899. Rapidamente, o termo virou referência para outras gangues ou bandos de bêbados, chegando a ser citado em romances de Arthur Conan Doyle (em “The Adventure of the Six Napoleons”, de 1904) e HG Welles (“Tono-Bungay”, de 1909).
Na época, as brigas envolvendo torcidas inglesas já eram registro comum. Em 1885, a goleada do Preston North End sobre o Aston Villa por 5 a 0 resultou em confusão e apedrejamento de jogadores. No ano seguinte, um conflito entre torcedores do Preston e do Queen’s Park Rangers numa estação ferroviária foi o primeiro fora de um estádio.
Dessa forma, o termo hooligan colou nos torcedores briguentos. Na década de 1960, a média de incidentes já era de 25 por ano. Quando o mundo acordou para o problema, após as tragédias de Heysel, em 1985, e de Hillsborough, em 1989, tinha-se passado quase um século desde a morte de Edward. Agiu-se tardiamente, e isso fez a sombra dele cobrir o futebol para sempre.
Compre o livro de Clarence Rook:
www.tower.com/hooligan-nights-clarence-rook-paperback/
3 respostas para “Edward Hooligan, o pai do hooliganismo”
Deixe um comentário
// Categorias
// Histórico de Publicações
// As mais lidas
-
1
O ranking de público do Brasileirão na era dos pontos corridos (2003-2024)
-
2
Torcedor só perdeu 1 dos 464 jogos do Botafogo no estádio Nilton Santos
-
3
Botafogo termina a temporada 2024 com o “Cinturão do Futebol Brasileiro”. Entenda!
-
4
Jornalista visita todos os estádios da cidade de São Paulo em 1 dia
-
5
Quem é o torcedor do Ceará que vê jogos deitado em rede em estádios
-
6
Com América, Rio Branco e Stella, projeto Mantos Alencarinos lança 4º lote de camisas retrô
-
7
Confraria Alencarina: Fortaleza recebe encontro de colecionadores de camisas do futebol cearense
-
8
Colecionador tem 4 mil adesivos de torcidas organizadas de futebol
O estilo de vida ”Hooligan” sempre fez parte do imaginário Britânico, o livro Laranja Mecânica também gira em torno de uma gangue de arruaceiros, que inclusive se vestem com trajes do século XIX mesmo com o enredo da história se passando no século XXI.
Edirlan, vale a pena ver o post da lista de filmes sobre hooligans. Acho que você vai gostar. Um abraço!
Pode enviar link pra ver?