Panenka criou a cavadinha em pênalti numa final de Eurocopa
O checo Antonin Panenka foi o primeiro a cobrar um pênalti com cavadinha. E numa final de Eurocopa
Quando falamos de cavadinha, pensamos logo em Loco Abreu. O uruguaio que popularizou o lance no Brasil, usando-o numa final do Campeonato Carioca, em 2010, e nas quartas-de-final da Copa do Mundo de 2010, contra Gana. Pensamos também em Zidane, que teve a frieza de fazer a cavadinha na final da Copa de 2006, contra a Itália.
Outros tantos atletas do futebol mundial já tiveram a ousadia – ou a loucura. Mas quem inventou a cavadinha?
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Grande palco
É preciso voltar no tempo até 1976, para a final da Eurocopa. Partida entre a antiga Checoslováquia contra a Alemanha Ocidental.
No tempo normal, a partida ficou no 2 a 2. Na prorrogação, tudo igual. Nas penalidades, a última cobrança da Checoslováquia ficou para Antonin Panenka, que fez o impensável – a primeira cavadinha na história.
O meia-atacante fez o gol e deu o título para sua seleção. E, a partir daquele momento, entrou para a história.
“Panenka” se tornou uma expressão reconhecida em toda a Europa – era algo que simboliza criatividade e ousadia.
Figura cult desde então, seu nome batizou uma revista espanhola de futebol. Os criadores da Panenka justificaram que buscavam, em meio à crise no jornalismo impresso, “uma solução que ninguém jamais havia buscado”, tal como o jogador havia feito.
Sucesso tímido nos gramados
Apesar da fama, Panenka teve uma carreira tímida, devido ao fechamento político do leste europeu. Como jogadores checos só podiam deixar o país após os 30 anos, o atleta defendeu o Bohemians Praga por quase toda a carreira.
Panenka começou em 1958, aos 10 anos, nas categorias de base, profissionalizou-se em 1967, e só se despediu em 1981, aos 33. Depois foi para a Áustria, onde jogou pelo Rapid Viena e o pequeno Kleinwiesendorf, pendurando as chuteiras em 1993, aos 45.
Pela seleção, Panenka não conseguiu vaga nas Copas de 1974 e 1978, e teve sua única participação em 1982. Os únicos dois gols da Checoslováquia no Mundial foram do jogador, ambos de pênalti. Por ironia, nenhum deles com cavadinha.
> Reportagem produzida por Yuri de Melo, com edição de Rafael Luis Azevedo, do Verminosos por Futebol.
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