Desde as primeiras aulas de História, aprendemos que o Brasil foi colonizado por Portugal. Não apenas o território brasileiro e toda a América passaram pelo processo de colonização por países europeus, mas também a África sofreu com isso. Até hoje, as consequências são sentidas na sociedade e seus os impactos no futebol também estão presentes.

Considerado o melhor do planeta, o futebol europeu, assim como a Europa, continua tendo uma influência no futebol africano. Porém, apesar dos traços culturais e futebolísticos serem claramente conectados, aos poucos o esporte jogado na África consegue uma espécie de “independência” de sua metrópole e cria uma identidade própria.

Muito disso poderá ser visto neste ano no Qatar, já que as cinco seleções africanas que disputam o Mundial (Camarões, Gana, Marrocos, Senegal e Tunísia) serão treinadas por técnicos africanos, algo inédito na história das Copas. Uma razão para este fato foi o investimento que a Confederação Africana de Futebol fez em cursos de treinadores, que teve início em 2018.

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“Estrangeiros” em Copas

Em momentos marcantes para as seleções africanas nos Mundiais, os seus técnicos eram estrangeiros. Em 1934, quando o Egito foi a primeira nação da África a disputar um Mundial, o seu técnico era o escocês James McCrae. Já na primeira vez em que uma seleção africana chegou às quartas de final, em 1990, o treinador de Camarões era o russo Valeriy Nepomnyashchiy.

E mais recente, em 2010, quando um país africano (África do Sul) finalmente sediaria um Mundial, quem comandou a seleção anfitriã foi Carlos Alberto Parreira.

Nesta Copa de 2022, os cinco técnicos africanos terão a oportunidade de mostrar ao mundo que são capazes de gerenciar um bom futebol. Será que no futuro veremos um treinador africano no comando de um país europeu?

Técnicos africanos no Qatar:

Aliou Cissé (Senegal)

Treinador de Senegal desde 2015, ele chega ao seu segundo Mundial, agora como campeão da Copa Africana de Nações de 2022. Ele foi capitão de sua seleção em 2002, quando o time chegou às quartas de final.

Jalel Kadri (Tunísia)

Assumindo o comando da Tunísia em janeiro, o técnico tunisiano ajudou na classificação para a Copa do Mundo. Com oito jogos à frente da “Águia de Cartago”, ele teve cinco vitórias, dois empates e apenas uma derrota.

Otto Addo (Gana)

Comandante de Gana em oito jogos, o ex-meio-campista fez praticamente toda a sua carreira na Alemanha, sendo auxiliar-técnico em clubes da Bundesliga.

Rigobert Song (Camarões)

Jogador que mais atuou pela seleção camaronesa, Song participou de apenas cinco jogos, dentre eles o que classificou os Leões Indomáveis para o Mundial deste ano.

Walid Regragui (Marrocos)

Após a saída do bósnio Vahid Halilhodzic, marcado pelas polêmicas com a estrela de Marrocos Hakin Ziyech, o marroquino Regragui assumiu o comando dos Leões do Atlas.

> Reportagem produzida pelo estudante de Jornalismo Guido Nobre, com edição de Rafael Luis Azevedo, do Verminosos.

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