Peladão, o torneio amador de Manaus que conta até com reality show na TV
O jornalista Leanderson Lima lista curiosidades sobre o maior torneio amador do país
Por Leanderson Lima, do jornal A Crítica, de Manaus.
O Amazonas não tem um time sequer disputando a divisão de elite do futebol nacional. O último a frequentar o “salão nobre” do futebol brasileiro foi o Nacional, no distante ano de 1986. Mas nem por isso o amor pelo esporte da bola arrefeceu no maior estado em extensão territorial do Brasil. E um torneio de futebol amador vem ajudando a manter esta paixão viva há 45 anos.
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Trata-se do Peladão, um torneio de futebol amador que chega a contar com mais de 700 times a cada edição. A competição se tornou algo de proporções tão grandes que ganhou até um apelido: o “maior campeonato de peladas do mundo”.
O torneio nasceu da ideia do saudoso jornalista Umberto Calderaro Filho, fundador do Jornal A Crítica, um dos mais antigos e tradicionais do Amazonas. Foi em 1973 que ele decidiu fazer o torneio pela primeira vez e o sucesso foi absoluto.
Para se ter uma ideia, a final do torneio, em 2017, reuniu nada menos 27 mil torcedores na Arena da Amazônia – estádio construído para receber os jogos da Copa do Mundo. E a final será lá de novo este ano, no próximo sábado (17).
Regras
Mas o Peladão também possui suas particularidades. Assim como nas peladas tradicionais não existe limite de substituições. O jogador pode sair e voltar à partida depois. Outro ponto curioso diz respeito a cobrança dos laterais, que pode ser feita com os pés.
Agora, definitivamente nada se compara a questão das rainhas dos clubes. Explicando: o campeonato de peladas tem também um concurso de beleza intitulado Rainha do Peladão.
Na festa de abertura da competição, cada clube precisa apresentar a sua rainha, que desfila durante a cerimônia. Se não apresentar a sua rainha no desfile, o time é eliminado sumariamente da competição.
E olha que este não é o momento onde a rainha é mais relevante. Se a rainha avançar de fase no concurso de beleza ela pode trazer o time de volta à disputa, caso este tenha sido eliminado. Funciona com uma espécie de repescagem. Por isso é sempre bom caprichar na escolha da rainha.
Nos últimos anos o concurso de rainha se transformou no primeiro reality show da televisão amazonense, onde as candidatas ficam confinadas em um iate de luxo e participam de várias provas e são submetidas à votação popular. O programa se tornou um verdadeiro sucesso de público na TV A Crítica – emissora do Grupo RCC de Comunicação.
Categorias
No princípio o Peladão tinha uma única categoria. Há 20 anos a história mudou quando o radialista Arnaldo Santos – uma das lendas do rádio amazonense – assumiu a coordenação do torneio.
Santos criou o Peladão voltado para as crianças, chamado Peladinho, o Peladão feminino, e a categoria Máster, que é voltada aos veteranos. É comum ver na disputa diversos ex-jogadores que brilharam nos campos do futebol amazonense. O torneio abriga ainda categorias voltadas aos povos indígenas, e que este ano foram integradas à categoria principal.
Vitrine
Ao longo dos anos o torneio tem servido também para revelar talentos para o futebol profissional. É comum em dias de jogos decisivos ter “olheiros” observando a qualidade dos jogadores. Um dos atletas revelados foi o ex-atacante Nando, do Princesa do Solimões.
Com passagens pela Série B, quando defendia o São Raimundo de Manaus, Nando fez seu nome no futebol e se imortalizou quando se tornou o primeiro jogador nascido no Amazonas a marcar um gol na Arena da Amazônia. O fato ocorreu em 2015 na final do Campeonato Amazonense, vitória do Nacional sobre o Princesa.
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O radialista Arnaldo Santos revolucionou o Peladão (Foto: Antônio Lima/A Crítica)
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Nando, ex-jogador profissional revelado no Peladão (Foto: Márcio Silva/A Crítica)
Peladão na Copa
Além de revelar jogadores o Peladão também acaba ajudando a vender a imagem do Amazonas para o mundo. Todo ano é comum o torneio receber equipes de televisão de outros países interessados em cobrir o evento.
O Peladão também já serviu de garoto propaganda de Manaus na Copa do Mundo. Sem futebol profissional na elite, o campeonato foi usado para mostrar aos “homens da Fifa” o tamanho da paixão do amazonense pelo esporte bretão. Uma paixão que é independente de campos bem cuidados, e que vem genuinamente de dentro do coração.
Veja cadernos do jornal A Crítica sobre o Peladão:
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Caderno semanal sobre o torneio (Foto: Reprodução A Crítica)
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Caderno semanal sobre o torneio (Foto: Reprodução A Crítica)
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Caderno semanal sobre o torneio (Foto: Reprodução A Crítica)
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Caderno semanal sobre o torneio (Foto: Reprodução A Crítica)
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Caderno semanal sobre o torneio (Foto: Reprodução A Crítica)
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