Poucas sedes da Copa do Mundo de 2014 sofrem tanto com a exploração sexual de crianças e adolescentes quanto Fortaleza. O problema já foi identificado por Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) municipais em vários pontos da cidade. Um deles, por ironia, é uma das vias de acesso ao estádio Castelão, que receberá seis jogos, a avenida Sarah Kubitscheck, antiga Padaria Espiritual.

A prostituição a poucos metros do Castelão é tão escancarada que aparece no Google Maps, o serviço de mapeamento via imagens disponibilizadas na internet. Foi o que mostrou uma reportagem do portal Tribuna do Ceará. Uma das garotas de programa entrevistadas está em imagens captadas, enquanto se esconde do sol abrasador embaixo de uma árvore.

Valéria, de 28 anos, é uma das várias prostitutas que fazem ponto na avenida desde cedo da manhã até o final da noite. Algumas são crianças. “Já chegou aqui uma menina de 11 anos, que não tinha nem peito e estava totalmente drogada”, conta a jovem, ex-empregada que se prostitui há oito anos.

As prostitutas já fazem parte do cenário no Castelão. Patrícia, de 37, mantém ponto na avenida Sarah Kubitscheck há 22 anos. Começou ainda adolescente, e acompanhou as duas últimas reformas do estádio, de 1999 a 2001 e 2010 a 2012. A garota chega ao trabalho ao mesmo tempo dos operários. E relata que sua atividade nunca foi coibida pelo poder público.

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A exceção foi a Copa das Confederações, quando a Polícia Militar afastou as prostitutas da região, contam as entrevistadas. Por isso, já há a certeza de prejuízo na Copa do Mundo. Em geral, o programa custa em média R$ 50, o que garante uma renda diária de R$ 300. Durante um mês, elas perderão sua renda se não forem para outros pontos de Fortaleza.

Apesar disso, as prostitutas sabem que esse será um período temporário. Acabada a Copa, a maquiagem vai embora junto com os turistas. E elas voltarão ao ponto onde sempre estiveram. Quase em frente ao estádio que será visto pelo mundo.

Já chegou aqui uma menina de 11 anos, que não tinha nem peito e estava totalmente drogada”. Valéria, prostituta de 28 anos, há oito com ponto a poucos metros do Castelão.

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