Todas as vezes em que presença de público foi critério em campeonatos no Brasil
Presença de público já fez parte dos critérios de participação na Copa do Brasil e até mesmo classificação no Campeonato Brasileiro
A torcida é o 12º jogador do time. Esse é um chavão do futebol. Porém, em algumas ocasiões, a fidelidade dos torcedores foi de fato determinante para o benefício em campo de equipes.
Entenda: na história do futebol brasileiro, houve vezes em que presença de público foi um dos critérios, incluído no regulamento, para a participação na Copa do Brasil (de 1989 a 1994) e até mesmo para a classificação para a próxima fase no Campeonato Brasileiro (em 1974).
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Confira os casos abaixo. A pesquisa é do pesquisador cearense João Ricardo de Oliveira, um dos maiores especialistas em rankings de público de futebol no país, parceiro do Verminosos por Futebol.
Copa do Brasil de 1989
Jogos: 61
Média de público: 10.281> Participaram da primeira Copa do Brasil 32 times: 22 campeões estaduais e os vice-campeões dos 10 estados com melhor média de público em seus campeonatos na temporada anterior. O campeão foi o Grêmio, em final contra o Sport.
Estado / Média / Segunda vaga
• São Paulo (7.374) – Guarani
• Rio de Janeiro (6.931) – Flamengo
• Bahia (6.375) – Vitória
• Pernambuco (5.579) – Náutico
• Ceará (4.417) – Fortaleza
• Rio Grande do Sul (3.953) – Internacional
• Paraná (3.900) – Pinheiros
• Minas Gerais (1.823) – Cruzeiro
• Goiás (1.627) – Goiás
• Santa Catarina (1.486) – BlumenauCopa do Brasil de 1990
Jogos: 62
Média de público: 6.281> Com a entrada do estado do Acre, o regulamento foi alterado. Participaram 32 clubes: 23 campeões estaduais e os vice-campeões dos 9 estados com melhor média de público em seus campeonatos na temporada anterior. O Ceará perdeu a vaga extra. O campeão foi o Flamengo, um dos beneficiados com a 2ª vaga, em final contra o Goiás.
Estado / Média / Segunda vaga
• São Paulo (8.655) – São José
• Rio de Janeiro (6.938) – Flamengo
• Rio Grande do Sul (4.159) – Internacional
• Bahia (3.211) – Bahia
• Santa Catarina (3.120) – Joinville
• Pernambuco (3.098) – Santa Cruz
• Paraná (2.925) – União Bandeirante
• Minas Gerais (2.822) – Cruzeiro
• Goiás (2.138) – Vila NovaCopa do Brasil de 1991
Jogos: 62
Média de público: 12.483> Com regulamento igual ao do ano anterior, participaram 32 clubes: 23 campeões estaduais e os vice-campeões dos 9 estados com melhor média de público em seus campeonatos na temporada anterior. O estado do Pará tomou a vaga extra de Santa Catarina. O campeão foi o Criciúma, em final contra o Grêmio.
Estado / Média / Segunda vaga
• Rio de Janeiro (5.034) – Vasco
• São Paulo (4.599) – XV de Piracicaba *
• Minas Gerais (3.128) – Atlético-MG
• Pará (3.042) – Paysandu
• Rio Grande do Sul (2.877) – Caxias
• Pernambuco (2.836) – Sport
• Bahia (2.757) – Fluminense de Feira
• Paraná (2.685) – Coritiba
• Goiás (1.956) – Goiânia* A federação paulista deu as duas vagas para os primeiros colocados dos dois grupos da 1ª fase, e não para o campeão e vice. Assim, ficaram com Corinthians e XV de Piracicaba, e não Bragantino e Novorizontino.
Copa do Brasil de 1992
Jogos: 62
Média de público: 8.514> Com a entrada dos estados de Amapá e Rondônia, o regulamento sofre nova alteração. Participaram 32 clubes: 25 campeões estaduais e os vice-campeões dos 7 estados com melhor média de público em seus campeonatos na temporada anterior. O campeão foi o Internacional, em final contra o Fluminense, um dos beneficiados com a vaga extra.
Estado / Média / Segunda vaga
• Rio de Janeiro (5.730) – Fluminense
• São Paulo (4.984) – Palmeiras *
• Pará (3.916) – Tuna Luso
• Pernambuco (2.514) – Náutico
• Paraná (2.361) – Athletico-PR
• Minas Gerais (2.253) – Democrata-GV
• Rio Grande do Sul (2.238) – Grêmio* Terceiro colocado no estadual, o Palmeiras foi indicado para a vaga aberta pelo São Paulo, que por conta da Libertadores abriu mão da Copa do Brasil. O vice havia sido o Corinthians.
Copa do Brasil de 1993
Jogos: 62
Média de público: 10.518> Com regulamento igual ao do ano anterior, participaram 32 clubes: 25 campeões estaduais e os vice-campeões dos 7 estados com melhor média de público em seus campeonatos na temporada anterior. O campeão foi o Cruzeiro, em final contra o Grêmio, um dos beneficiados com a vaga extra.
Estado / Média / Segunda vaga
• São Paulo (6.604) – Palmeiras
• Pernambuco (6.112) – Náutico
• Pará (4.790) – Remo
• Paraná (2.279) – União Bandeirante
• Minas Gerais (2.278) – América-MG
• Rio Grande do Sul (1.967) – Grêmio
• Rio de Janeiro (1.706) – FlamengoCopa do Brasil de 1994
Jogos: 62
Média de público: 9.129> Com a entrada do estado do Tocantins, o regulamento sofre nova alteração. Participaram 32 clubes: 26 campeões estaduais e os vice-campeões dos 6 estados com melhor média de público em seus campeonatos na temporada anterior. A Bahia superou o Paraná, e Pernambuco também perdeu a vaga extra. O campeão foi o Palmeiras, em final contra o Ceará.
Estado / Média / Segunda vaga
• São Paulo (6.158) – Corinthians
• Rio de Janeiro (5.359) – Fluminense
• Pará (4.473) – Remo
• Minas Gerais (2.974) – Atlético-MG
• Bahia (2.385) – Vitória
• Rio Grande do Sul (1.468) – Internacional
E no Brasileirão?
Agora, um regulamento ainda mais extremo, em que a arrecadação média de um time definiu a classificação para a fase seguinte da mesma competição. Sim, isso já aconteceu!
Campeonato Brasileiro de 1974
Jogos: 447
Média de público: 11.599> O Brasileirão contou com inúmeros formatos de regulamento ao longo dos anos, mas nada supera a edição de 1974. A 1ª fase reuniu 40 clubes, divididos em dois grupos de 20. Classificaram-se para a fase seguinte os 10 primeiros de cada grupo, mais 2 com mais pontos entre os demais e outros 2 com as melhores rendas entre os que sobraram. Assim, avançaram Nacional-AM e Fluminense.
Os 24 classificados foram divididos em quatro grupos de seis. O Nacional foi 4º e o Fluminense 5º, e acabaram eliminados. Na 3ª fase, em quadrangular entre os melhores colocados dos grupos da 2ª fase, o Vasco sagrou-se campeão.
Não fez diferença
Se no Brasileirão de 1974 o critério de público não rendeu título em campo, nas seis primeiras edições da Copa do Brasil, somente em uma ocasião o campeão foi o time que entrou na disputa pela vaga extra garantida pela média de público dos estaduais. Foi o Flamengo, em 1990.
Ou seja, pelo menos nesses casos, arquibancada pode até ter ajudado, mas efetivamente não ganhou jogo.
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