Quais jogadores fizeram mais transferências no futebol brasileiro? Aqui a lista!
Confira o top 7 dos jogadores mais andarilhos do futebol brasileiro. O 1º: o ex-volante Mastrillo
Andarilho: adjetivo e substantivo masculino.
1. Que ou aquele que anda muito, que vagueia.
2. Lacaio (criado) que, numa viagem, acompanhava a pé o amo (senhor) que ia a cavalo ou em carruagem.
No futebol, “andarilho” virou sinônimo de jogador que atua por vários clubes ao longo da carreira. Alguns conjugam bem o verbo andarilhar. Uma pesquisa inédita, feita pelo pesquisador gaúcho João Batista Lopes da Silva para o Verminosos por Futebol, mostra quais são os 7 maiores andarilhos da história do Brasil.
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Quem são os primeiros?
O líder do ranking dos andarilhos brasileiros é o ex-volante Mastrillo, que em 18 anos de carreira fez 40 transferências entre clubes. A seguir, Túlio Maravilha (38), Loco Abreu (34), Bill (32), Aluísio (31), Beijoca (31) e Caio Cambalhota (30).
Na base de dados para o top 7 dos andarilhos, estão 70 mil jogadores que atuaram no futebol brasileiro, trabalho de pesquisa de João Batista, um dos maiores especialistas em fichas técnicas de jogos no país.
“Tenho a ajuda de muitos colegas de todo o Brasil. São pelo menos uns 200 pesquisadores, fica até difícil citar nomes”, destaca o gaúcho, dividindo os louros.
O ranking considera transferências que efetivamente ocorreram de um clube para outro, sem contabilizar aposentadorias ou longas paradas entre diferentes passagens por times – o que aconteceu, no fim de carreira, algumas vezes com Túlio. “Esse levantamento não está finalizado, é um trabalho que nunca acaba. Está sempre sendo atualizado”, reforça o pesquisador.
Tem gente subindo
E quem é o jogador mais cotado para ultrapassar os sete primeiros? De acordo com pesquisa do colega catarinense Adalberto Kluser, pode vir a ser o atleta Rogélio dos Santos Silva, de 38 anos, hoje no Juventus de Jaraguá do Sul (SC). Ele já soma 29 transferências, e ainda está em atividade.
“A tendência de hoje em dia, com as transferências, é que jogadores superem fácil três clubes por ano”, sinaliza João Batista. Levando-se em conta que alguns atletas atuam dos 18 aos 40 anos, o recorde de Mastrillo não parece imbatível.
“Não sabia que eu era o recordista em transferências”
Filho de um italiano que imigrou para Salvador aos 19 anos, Francisco de Assis Veiga Mastrillo nasceu na ilha de Itaparica (BA). Começou a carreira no Vitória, aos 14 anos, e fez parte da mesma geração de Bebeto, dois anos mais velho. Desde o começo, ficou conhecido pelo sobrenome do pai, Mastrillo.
Nos 18 anos em que atuou profissionalmente, a partir de 1984, o volante encarou uma incrível maratona de 40 transferências. Por alguns clubes passou mais de uma vez, como o próprio Vitória, além do Ceará e do Juventude, times com quem ele nutriu maior identificação.
Em três anos, Mastrillo chegou a passar por quatro times diferentes na mesma temporada: em 1995, 1997 e 1998. Sempre levando a esposa e os quatro filhos. “Isso virava um problema às vezes, porque o clube precisava pagar seis passagens de avião, uma coisa cara na época”, relembra o ex-jogador.
Em 2002, Mastrillo pendurou as chuteiras, no Rio Branco-AC. Foram, ao todo, 34 times diferentes onde jogou – atrás somente de Túlio Maravilha, com 37. Aí, começou uma nova jornada, agora como técnico Mastrillo Veiga.
“Já tô no 22º clube”, indica o treinador, hoje com 54 anos, que no 2º semestre de 2020 comandará o Maranguape na 2ª divisão cearense. “Quem sabe eu quebre essa marca. Como treinador é mais fácil”.
Confira abaixo entrevista com Mastrillo.
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Verminosos por Futebol – Você imaginava que era o jogador recordista de transferências no Brasil?
Mastrillo Veiga – Eu sabia que tinha jogado em muitos clubes, mas não sabia que era o recordista em transferências.Verminosos – Por que foram tantas transferências?
Mastrillo – Por dois motivos. Primeiro que eu era um jogador muito cobiçado. Naquela época (anos 80 e 90), eu já era um jogador moderno, um volante que tinha velocidade, era um bom passador, fazia lançamentos. Então, quando eu estava num clube, sempre tinha dirigente me procurando.Segundo porque os clubes não pagavam direito. Cheguei a ficar sete meses sem receber salários no Campinense, cinco no Paysandu, três no Fortaleza, três no Athletico, quatro no Náutico. Cansei de vender meus carros, televisão, videocassete, para pagar escola de filho. Eu fazia três contratos num ano, de quatro, cinco, seis meses de duração.
“Comecei a carreira junto com o Bebeto, no Vitória. Eu tinha dois anos a menos que ele, porque subi muito novo. Ontem, inclusive, falei com ele por telefone”. (Mastrillo)
Verminosos – Mudar tanto de time e de cidade trazia algum inconveniente?
Mastrillo – Não, sempre me adaptei bem. Eu lia muito, então quando ia para um clube, sempre pesquisava antes como era a cidade, a cultura. Procurava me informar, porque isso era muito importante. Assim eu acabava fazendo muitas amizades. Por exemplo, joguei na Catanduvense em 1989, e até hoje tenho contato com os jogadores daquela época.Verminosos – E a sua família, sempre viajava contigo?
Mastrillo – Me casei com 18 anos, já são 36 anos de casado, com filho de 32. Minha família seguia sempre comigo, a mulher e os quatro filhos. Isso virava um problema às vezes, porque o clube precisava pagar seis passagens de avião, uma coisa cara na época. Sempre levei todo mundo. As coordenadoras dos colégios entendiam. Mas deu tudo certo, um dos meus filhos virou engenheiro civil, o outro arquiteto e a outra faz publicidade.> Uma das filhas de Mastrillo morreu com 14 anos, em 2000, quando o jogador atuava no Guarany de Sobral.
Verminosos – Quais foram as cidades que você gostou mais de morar? E os clubes que mais gostou?
Mastrillo – Sempre fui muito bem tratado em todos os clubes. Até porque eu me cuidava muito, era profissional. Tenho muito carinho pelo Vitória, onde comecei com 14 anos, o Ceará e o Juventude. Em Caxias, peguei 10 graus abaixo de zero. Era muito frio, cheguei a ficar 15 dias sem tomar banho, eu lavava só o cabelo. Gostava de andar de camisa regata em temperatura de quase zero grau, me chamavam de louco.Verminosos – Você não começou e nem terminou a carreira no futebol cearense, mas fixou residência em Fortaleza. Por quê?
Mastrillo – Poderia ter ido morar em qualquer estado, mas escolhi Fortaleza. Meus filhos são baianos, mas hoje todos moramos aqui, tenho um neto cearense. Tenho muitos amigos aqui, a cidade é maravilhosa, com uma boa qualidade de vida.“Marquei o Zico no Maracanã, num Flamengo x Vitória pelo Brasileiro de 1988, aí troquei a camisa com ele. Depois a diretoria veio no vestiário mandar destrocar, porque não tinha outra camisa para eu usar no jogo seguinte”. (Mastrillo)
Verminosos – E a carreira de técnico, acha que nela vai superar o número de transferências que teve como jogador?
Mastrillo – Já tô no 22º clube. Tô estudando muito, vendo as novas tendências. Quem sabe eu quebre essa marca, como treinador é mais fácil. No momento estou de volta ao Maranguape, na realidade os trabalhos começaram antes da pandemia e deram uma parada, então vamos em busca de conseguir o acesso à 1ª divisão do Campeonato Cearense.> O pesquisador gaúcho João Batista Lopes da Silva, que compilou os dados dos jogadores com maior número de transferências no futebol brasileiro, com ajuda de outros pesquisadores Brasil afora, é um analista de sistemas de Viamão (RS), de 43 anos, e torcedor do Grêmio. Ele possui dois sites, onde publica suas pesquisas. Visite! sumulastche.worpress.com e sumulas-tche.blogspot.com.br.
> A gente agradece ao pesquisador Eugênio Fernandes Fonseca, pela dica sobre a pesquisa.
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