Ele atravessou o Atlântico para ver a AD Fafe. E duas vezes em um ano!
O paulista Rodrigo Soares conta a experiência de ver a Fafe, time pequeno de Portugal
Por Rodrigo Soares
Nunca imaginei quando participei deste site, onde tive a oportunidade de expor a minha coleção de camisas de times portugueses, que um dia iria ter o prazer de ser um associado da AD Fafe. Alguns meses após a publicação da matéria aqui no Verminosos por Futebol e sua repercussão do outro lado do Atlântico, decidi ir a Portugal. Toda viagem demanda certo grau de preparação e a escolha do roteiro. No meu caso, tudo começou a ser definido pelo jogo que eu poderia ver no Parque Municipal dos Desportos em Fafe.
Observando a tabela e ajustando as obrigações e compromissos assumidos com a vida cotidiana no Brasil, decidi: iria ao AD Fafe x FC de Penafiel. Um dia antes do confronto, fui até a secretaria do clube adquirir uma camisa ou camisola, como se diz em Portugal. Mas saí com mais… Saí com a carteira de sócio, cachecol, livro, ingressos para o jogo e a camisa, é claro. Sem contar que fui muito bem atendido pela senhorita Beatriz, pelo senhor João Marinho e tratado com muito respeito pelos outros torcedores que lá estavam.
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Em 19 de fevereiro de 2017, então, lá estava, acompanhado do meu amigo de infância, o advogado José Ricardo, que tinha embarcado nessa aventura comigo. Vimos um belo jogo que acabou empatado por 3 gols. E nessa oportunidade a equipe de Fafe apresentava em seus quadros um jovem brasileiro muito promissor, Alan Junior.
Eu particularmente me senti em casa, talvez pelo fato de ser uma cidade que já conhecia, e que meu pai passou boa parte da juventude. Mas o clima do simpático estádio ajudou, e muito, para essa sensação de conforto. Eu me lembrei das tardes no estádio do Canindé, o campo da Portuguesa, em São Paulo.
“Eu me lembrei das tardes no estádio do Canindé, em São Paulo”. (Rodrigo Soares)
Depois, ainda fomos ver jogos de outros clubes, mas isso fica para uma próxima oportunidade. Terminada a época, infelizmente a equipe da AD Fafe foi rebaixada para a terceira divisão e o jovem Alan Junior rumou para o Benfica.
Uma nova época se iniciaria em agosto de 2017 e algumas situações já se anunciavam preocupantes para a AD Fafe: a equipe iria disputar a Série A da terceira divisão nacional, mesma série que o FC Vizela, que havia caído junto com a equipe fafense, ou seja já havia um complicador nessa equação, pois eram dois rebaixados para um grupo que só classificaria uma equipe.
Em outras palavras, uma eventual segunda vaga dependeria de como seria o desempenho dos outros segundos colocados das outras quatro séries. Além disso, teríamos um clássico em Fafe, pois o Arões SC também estava presente nessa mesma Série A. Quando vi isso, logo pensei que gostaria de assistir o clássico da cidade, mas feitas as projeções para uma nova viagem e o único jogo possível seria frente o Mondinense FC.
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Mal cheguei a Portugal e já me disseram: “Abril, águas a mil”.
Verdade que constatei com a compra de jaqueta de chuva e guarda-chuvas. E naquele 8 de abril não foi diferente. Aliás, como chovia em Fafe. Mas lá estive. Comprei meu ingresso, adentrei ao estádio, encontrei um grande amigo, o fafense Ricardo, e me arrependo de não ter experimentado os Nougats, que eram vendidos por um senhor, 4 por 1 euro. Segundo me falaram, este parece o torrone aqui do Brasil, mas em vez de ter amendoins no recheio, o Nougat tem amêndoas.
Novamente, me sentia em casa e procurei um lugar nas arquibancadas de sócios, que são cobertas felizmente, e fiquei admirado que a torcida organizada estivesse cantando nas arquibancadas opostas, que são descobertas, registre-se sob chuva fria e contínua. Ao meu lado, havia um grupo de crianças, de no máximo 12 anos, que ficava cantando Fafe sem parar, e até alternavam com a torcida organizada, um espetáculo bonito de se ver.
“Ao meu lado, havia um grupo de crianças, de no máximo 12 anos, que ficava cantando Fafe sem parar, um espetáculo bonito de se ver”. (Rodrigo Soares)
O primeiro tempo terminou empatado, sem gols. Mas logo no começo do segundo tempo, a situação se alterou e a AD Fafe inaugurou o marcador graças a João Victor. Algumas pessoas tinham me dito que ele poderia fazer a estreia naquele dia, que se tratava de uma promessa (em Portugal, os jogadores jovens são tratados assim), que tinha multa rescisória alta e que ele tinha sido das categorias de base do Fluminense. Passados alguns minutos e a AD Fafe ampliou através de outro brasileiro, 2 a 0, o excelente Vilmar.
A satisfação que senti em 2017 só aumentou, pois os dois jovens brasileiros são jogadores muito promissores e de grande qualidade. João Victor, por sinal, recentemente fechou transferência para o Benfica, o maior clube do país. Espero que a AD Fafe tenha um bom desempenho na temporada 2018/19. E, por falar na temporada, eu já não vejo a hora de programar um retorno ao Parque Municipal dos Desportos.
> O empresário Rodrigo Soares, morador de São Paulo, tem uma coleção de camisas de times portugueses.
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